O consumo de eletricidade caiu 12% em abril, face ao mesmo período do ano passado. Depois de corrigidos os efeitos da temperatura e dias úteis, a queda foi ainda mais acentuada de 13,8%. De acordo com dados divulgados pela REN (Redes Energéticas Nacionais), é preciso recuar a agosto de 2004 para encontrar um consumo mensal tão baixo. Terá sido a maior queda mensal verificada na procura de eletricidade, desde que a REN divulga as estatísticas.

Estes dados refletem a paragem parcial da economia durante o estado de emergência que durou todo o mês de abril. Em termos acumulados e desde o início do ano, a quebra da procura é de 2,6%. O consumo de eletricidade é um indicador importante para avaliar a economia, cujo crescimento está sempre associado a uma maior procura.

Este efeito sentiu-se ainda de forma mais acentuada no gás natural, cujo consumo baixou 26% em abril, muito influenciado pela menor utilização deste combustível para a geração elétrica. Entre janeiro e abril, registou-se um aumento anual de consumo de 6,6%, devido ao comportamento positivo do mercado elétrico no primeiro trimestre.  No segmento convencional o consumo caiu 4,1% neste período.

Nos primeiros quatro meses do ano, a produção renovável abasteceu 69% da procura nacional, com 14% a ser fornecido via importações. A energia hidroelétrica foi responsável por 35% do abastecimento, apesar de o índice de produção estar ligeiramente abaixo da média histórica. A produção não renovável foi totalmente assegurada por centrais a gás natural, o que significa que as centrais a carvão, seguindo uma tendência que vem já do ano passado, estiveram paradas.

A REN sublinha mesmo que a produção a partir do carvão foi nula em abril, o que acontece pela primeira vez desde a existência das atuais centrais a carvão de Sines e Pego (desde 1985).

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