Cerca de 6,3 milhões de trabalhadores estão em “lay-off” no Reino Unido, cobertos pelo regime criado pelo governo para evitar uma vaga de desemprego na Covid-19, revelou o ministro das Finanças, Rishi Sunak, na segunda-feira.

Este número representa cerca de um quinto da força de trabalho do Reino Unido, que conta com cerca de 34,4 milhões de trabalhadores, de acordo com as estatísticas oficiais mais recentes.

O governo comprometeu-se a pagar 80% dos salários até 2.500 libras (2.858 euros) mensais através de um sistema criado para evitar despedimentos durante a interrupção da atividade em setores afetados pelas medidas de distanciamento social decretadas para combater a propagação do novo coronavírus. Até agora aderiram 800 mil empresas, representando um pagamento de cerca de 8 mil milhões de libras (9,14 mil milhões de euros).

O ministro admitiu em entrevista à estação ITV que este nível “não é sustentável”, mas prometeu que o sistema, atualmente previsto para terminar no final de junho, não vai terminar de forma abrupta.

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Estou a trabalhar neste mesmo momento para descobrir a maneira mais eficaz de encerrar o sistema e ajudar as pessoas a voltarem ao trabalho de uma forma ponderada”, disse.

O Ministério das Finanças adiantou também que 100 mil pequenas e médias pediram logo no primeiro dia, segunda-feira, empréstimos de emergência garantidos pelo Estado que cobrem até 25% da faturação até 50 mil libras (57 mil euros).

Estes números ilustram o impacto da crise económica no Reino Unido, com a aviação, restauração, turismo, cultura entre os setores mais afetados, tendo a Ryanair, Rolls-Royce e British Airways anunciado na semana passada planos para cortar, entre os três, 25 mil postos de trabalho.

O Reino Unido é dos países que mais sofreu com a pandemia Covid-19, tendo registado 28.734 mortes e 190.584 casos de contágio, de acordo com o balanço publicado na segunda-feira.