O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, propôs na segunda-feira que a Organização Mundial de Saúde (OMS) seja nomeada para o Prémio Nobel da Paz pelo seu papel na luta contra a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“Proponho que o movimento dos Países Não Alinhados, além de ratificar o seu apoio institucional à Organização Mundial de Saúde nesta pandemia, postule a OMS para o Prémio Novel da Paz”, disse Nicolas Maduro na reunião por videoconferência dos representantes dos Não-Alinhados. Uma tal nomeação, considerou, seria um “reconhecimento necessário nesta luta pela saúde e pela vida”.

“Não se deve politizar a pandemia numa guerra de ‘fake news’, de mentira e de ataques sujos, nem se deve atacar a OMS”, prosseguiu, numa clara alusão às críticas à organização feitas pelos Estados Unidos, que suspenderam mesmo o seu financiamento.

Segundo Nicolas Maduro, é preciso “apoiar a única organização multilateral que a humanidade tem como órgão orientador em matéria de saúde pública no mundo”.

O Presidente venezuelano considerou ainda “uma vergonha” que os ataques à OMS sejam feitos “em plena pandemia”.

Maduro aproveitou também a sua intervenção para agradecer o apoio dos países que estão a ajudar a Venezuela no combate à pandemia associada à Covid-19, destacando Cuba, que “enviou um grupo gigantesco de médicos”, e a China e a Rússia “pelo apoio logístico”.

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Sem o apoio logístico da China e da Rússia teria sido impossível fazer os milhares de testes que se fizeram”, disse, acrescentando que, em oito semanas de confinamento, a Venezuela conseguiu “controlar” a propagação do vírus e estar “prestes a cortar as cadeias de transmissão”.

Com quase 30 milhões de habitantes, a Venezuela é dos países menos atingidos pela pandemia na América Latina, com 357 casos de infeção e 10 mortes.

Surgido em dezembro na China, o vírus SARS-CoV-2 já infetou 3,5 milhões de pessoas em todo o mundo, mais de 250 mil morreram.

A região da América Latina e Caraíbas é a terceira mais afetada do mundo, mas com bastante menos casos (257 mil) e mortes (13.887) que as duas primeiras: Europa (mais de 1,5 milhões de casos e 143 mil mortos) e Estados Unidos e Canadá (mais de 1,2 milhões de casos e 71 mil mortos).