Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto descobriram um composto que, ao corrigir a instabilidade do material genético, pode vir a ser usado como terapia antienvelhecimento, foi esta quarta-feira anunciado.

Em comunicado, o i3S adianta que o estudo, publicado na revista científica EMBO Reports, provou existir uma “relação entre o envelhecimento e a instabilidade cromossómica (aumento da frequência de erros na transmissão de cromossomas durante a divisão celular)”.

“O grupo de investigação descobriu um composto capaz de corrigir a instabilidade do material genético, uma característica que está na base do envelhecimento celular“, explica o instituto da Universidade do Porto.

Além de identificar o mecanismo celular responsável pela instabilidade dos cromossomas, a equipa de investigadores apresentou ainda “um fármaco capaz de corrigir esse mecanismo”, composto que representa a “primeira estratégia farmacológica de rejuvenescimento celular baseada no aumento da estabilidade cromossómica”.

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Citada no comunicado, Elsa Logarinho, investigadora líder, explica que o composto foi testado em células da derme de pacientes idosos, sendo que a equipa espera agora poder avançar para os ensaios pré-clínicos para validação do composto como terapia antienvelhecimento.

“Estes ensaios destinam-se a caracterizar e otimizar as propriedades farmacocinéticas do composto (absorção, distribuição, metabolismo e excreção) in vitro e in vivo (modelo animal), validando o seu potencial e segurança para futuros ensaios clínicos”, acrescenta.

Segundo o i3S, a equipa de investigadores avançou já com o registo de patente de utilidade do composto.

“Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo, o que torna a investigação nesta área uma prioridade”, conclui o instituto.