A peregrinação anual de maio ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima da Namaacha, a principal peregrinação católica em Moçambique, vai realizar-se sem a participação da população devido à Covid-19, anunciou esta quinta-feira a Igreja católica moçambicana.

Só os bispos vão participar na celebração para evitar a propagação do novo coronavírus no país, anunciou em comunicado a arquidiocese de Maputo, em linha com a proibição de todo o tipo de eventos e aglomerações, incluindo de caráter religioso, prevista no estado de emergência em vigor até ao fim de maio.

“Os cristãos podem entregar suas velas aos párocos” e o grupo restrito de clérigos participantes deverá acendê-las na tarde de sábado, detalha.

O documento tem uma recomendação clara: “não se desloquem para lá, participem a partir das vossas casas”, através da rádio, televisão e Facebook, lê-se no comunicado.

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Entramos para outro mês de emergência, fizemos muito bem no primeiro, vamos também neste fazer o melhor que podemos, cuidando-nos e cuidando dos outros, não vamos vacilar”, apela a igreja.

A peregrinação, que acontece anualmente no mês de maio, costuma reunir mais de 15 mil pessoas oriundas de diferentes pontos de Moçambique na maior celebração do género no país.

Os crentes percorrem a pé cerca de 80 quilómetros para o Santuário da Nossa Senhora de Fátima, na Namaacha, província de Maputo.

Além de moçambicanos, a peregrinação conta também com a participação de fiéis de países vizinhos como África do Sul e eSwatini, antiga Suazilândia.

Moçambique, que vive em estado de emergência desde 1 de abril até final de maio, conta com um total de 81 casos positivos de Covid-19, sem vítimas mortais e 21 pessoas recuperadas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 260 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.