A queda das vendas verificada nos diferentes países europeus vai beliscar as contas dos construtores de automóveis, mas os prejuízos para os cofres dos diferentes estados são tão ou mais graves. Segundo a Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ACEA), este sector assegura anualmente mais de 440 mil milhões de euros (valor relativo a 2019), verba que irá sofrer um rombo significativo em 2020. Até Portugal, que no ano transacto encaixou 9,6 mil milhões de euros, terá de lidar com quebras importantes no conjunto dos 12 meses, que hoje ainda são difíceis de determinar.

Entre o IVA relativo à venda, reparações e peças, e os impostos relativos às transferências, combustíveis e lubrificantes, Portugal recebeu em 2019 cerca de 9,6 mil milhões de euros, um valor importante, mas que peca por defeito face ao encaixado por países maiores e com maior volume de transacções. É o caso da Alemanha, que encaixou 93,4 mil milhões de euros em 2019, França (83,9), Itália (76,3), Reino Unido (54,1) e Espanha (30,0).

Da totalidade dos 27 países europeus considerados, 24 possuem um sistema fiscal que penaliza os veículos que os seus cidadãos adquirem com emissões de dióxido de carbono (CO2) mais elevadas. Os restantes três, respectivamente Estónia, Lituânia e Polónia, preferem não penalizar segundo o CO2, continuando a concentrar-se em dados como a cilindrada, a potência, o peso e o preço.

Sempre de acordo com a ACEA, para promover a venda de veículos recarregáveis, a maioria dos países europeus limita-se a isentar de impostos os veículos menos poluentes, por serem mais penalizados pela presença das baterias, que ainda são, de longe, a peça mais cara de um automóvel. Só 13 países, além das isenções fiscais, oferecem subsídios para os condutores que optam por modelos menos poluentes, eléctricos ou híbridos plug-in.

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