Portugal tem 27.268 casos confirmados de Covid-19, segundo o Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica no país desta sexta-feira, dia 8 de maio. Houve um aumento de 553 casos, num acréscimo percentual de 2,1%, mais 0,1% do que na véspera, naquele que foi o segundo dia consecutivo com mais de 500 novos casos, algo que não acontecia desde 25 de abril, e o terceiro com valores superiores à véspera.

Boletim DGS. Número de novos casos volta a passar barreira dos 500, casos internados sobem pelo terceiro dia seguido

Já o número de mortes subiu de 1.105 para 1.114, apenas mais nove, o que fez descer ligeiramente a taxa de letalidade para 4,09% (4,14% na véspera) – desde 23 de março, ou seja há quase um mês e meio, que não havia tão poucos óbitos em 24 horas. Por fim, o número de casos recuperados passou para 2.422, mais 164 do que na véspera, uma subida de 7,3%, depois dos 515 registados nas últimas 24 horas – ou seja, um valor que quase duplica o que foi registado na última semana, entre os dias 27 de abril e 3 de maio (total de 360).

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Entre estes valores mais gerais, ficam também mais cinco notas importantes em relação à evolução no Boletim: o número de casos em internamento e em Unidade de Cuidados Intensivos desceu em simultâneo; todas as mortes foram acima dos 70 anos, faixa que teve apenas 14,1% de novos casos; o Norte voltou a ter tantos novos casos do que todas as outras regiões, após uma viragem acentuada nos últimos três dias em relação a Lisboa e Vale do Tejo; Barcelos foi o concelho com a maior subida de casos nas últimas 24 horas; e surgiram 19 casos importados após 12 dias sem qualquer alteração, incluindo mais dois países de origem (Angola e Arábia Saudita), numa altura em que os aeroportos estão praticamente vazios e as circulações continuam muito limitadas.

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O que tem mesmo de saber sobre o coronavírus em Portugal

A análise do Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica em Portugal desta sexta-feira, dia 8 de maio, pode ser feita através de vários pontos distintos, a saber:

Número total de casos, mortes e recuperados

Número de mortos mais baixo em 24 horas desde 23 de março. Portugal tem 27.268 casos confirmados de Covid-19, segundo o Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica no país desta sexta-feira, dia 8 de maio. Houve um aumento de 553 casos, num acréscimo percentual de 2,1%, mais 0,1% do que na véspera. Já o número de mortes subiu de 1.105 para 1.114, apenas mais nove, o que fez descer a taxa de letalidade para 4,09% (4,14% na véspera) – desde 23 de março que não havia tão poucos óbitos em 24 horas. Por fim, o número de casos recuperados passou para 2.422, mais 164 do que na véspera, uma subida de 7,3%.

Evolução do número de casos por semana: 2 a 8 de março (30), 9 a 15 de março (245, +215), 16 a 22 de março (1.600, +1.355), 23 a 29 de março (5.962, +4.362), 30 de março a 5 de abril (11.278, +5.316), 6 a 12 de abril (16.585, +5.307), 13 a 19 de abril (20.206, +3.621), 20 a 26 de abril (23.683, +3.477) e 27 de abril a 3 de maio (25.282, +1.599)

Evolução do número de mortes por semana: 2 a 8 de março (0), 9 a 15 de março (0), 16 a 22 de março (14, +14), 23 a 29 de março (119, +105), 30 de março a 5 de abril (295, +176), 6 a 12 de abril (504, +209), 13 a 19 de abril (714, +210), 20 a 26 de abril (903, +189) e 27 de abril a 3 de maio (1.043, +140)

Evolução do número de recuperados por semana: 2 a 8 de março (0), 9 a 15 de março (0), 16 a 22 de março (5), 23 a 29 de março (43, +38), 30 de março a 5 de abril (75, +32), 6 a 12 de abril (277, +202), 13 a 19 de abril (610, +333), 20 a 26 de abril (1.329, +719) e 27 de abril a 3 de maio (1.689, +360)

Caracterização dos óbitos

Todas as mortes acima dos 70 anos. Mantém-se a incidência nas pessoas acima dos 70 anos (todas as nove mortes neste Boletim), que representam 87,5% das 1.114 mortes por Covid-19 no país (749 acima dos 80 anos, 226 entre os 70 e os 79 anos). Das nove mortes nas últimas 24 horas, seis registaram-se em pessoas acima dos 80 anos. Depois de, na terça-feira, ter sido registada a morte mais nova no país desde o início da pandemia, um cidadão do Bangladesh de 29 anos, todos os óbitos neste Boletim voltaram a ser entre pessoas acima dos 70 anos. A nível de regiões, e à semelhança do que aconteceu na véspera, o Norte teve a maioria dos mortos nas últimas 24 horas (cinco, num total de 639), mais do que em Lisboa e Vale do Tejo (mais três, num total de 233) e no Centro (mais uma, num total de 214). Não se registaram óbitos nas últimas 24 horas no Alentejo, no Sul e nas ilhas.

Caracterização do número de casos por região

Norte volta a crescer tanto como as outras regiões. O Norte continua a ser a região com o maior número de casos e desta vez confirmou aquilo que foi uma regra nas últimas semanas mas que nos últimos dias estava tendencialmente a mudar: ao contrário do que se passou entre terça e quinta-feira, Lisboa e Vale do Tejo teve um aumento menor do que o Norte, com mais 158 casos num total de 7.093, uma subida percentual de 2,3% idêntica ao Norte que teve mais 359 casos, num total de 15.809. A outra grande alteração do dia registou-se no Alentejo, com mais 12 casos (subida de 5,5%, num total de 232). De registar ainda subidas mais pequenas no Centro (mais 19, subida de 0,5% num total de 3.564), nos Açores (mais três, subida de 2,3% num total de 135) e no Sul (mais dois, subida de 0,6% num total 345). Só na Madeira não houve registo de novos casos neste Boletim.

Número de países e casos importados

Mais 19 casos importados e dois países novos 11 dias depois. Depois de 11 dias consecutivos sem qualquer alteração no número de casos importados (na semana passada não houve, tal como nos primeiros dias desta semana, sendo que há duas semanas tinha crescido apenas 16 ao longo de sete dias), o número de casos importados volta a mexer e de forma acentuada: registam-se mais 770 casos importados de 50 países, com novos casos registados de Angola (seis) e da Arábia Saudita (um). Além destes, houve ainda aumentos em casos vindos de Espanha (mais seis, num total de 177), da Alemanha (mais três, num total de 13) e da Indonésia (mais três, num total de quatro). Espanha (177), França (137), Reino Unido (88), Emirados Árabes Unidos (48) e Suíça (45) continuam a ser os cinco países com maior registo de casos importados.

Número de casos por grupo etário

58,2% dos novos casos abaixo dos 50 anos, só 14,1% acima dos 70 anos. A faixa entre os 50 e os 59 anos continua a ser aquela que tem o maior número de casos de Covid-19, de acordo com o Boletim de hoje: mais 90 casos, num total de 4.605, enquanto a faixa entre os 40 e os 49 anos registou mais 105 casos, num total de 4.598. As duas grandes variações da semana estão com desfasamentos menores mas ainda assim a confirmar uma tendência: por um lado, o decréscimo dos novos casos acima dos 70 anos, que na terça-feira tinha sido de 42,7%, que baixou para 8,3% na quarta-feira, que subiu de forma ligeira para 10,5% na quinta-feira e que foi agora de 14,1% entre a faixa dos 70 aos 79 anos (mais 29, num total de 2.318) e acima dos 80 anos (mais 49, num total de 4.165); por outro, a subida dos novos casos abaixo dos 50 anos, que representaram nas últimas 24 horas um total de 58,2%, depois dos 65,1% da véspera (322 dos 553 novos casos). A faixa etária que mais subiu em relação à véspera voltou a ser aquela entre os 30 e os 39 anos (mais 115, num total de 3.932).

Número de casos internados e nos cuidados intensivos

Casos em internamento e em UCI descem em paralelo quatro dias depois. Depois da grande descida na segunda-feira (5%, num total de menos 43 pessoas), o número de casos internados por Covid-19 teve um aumento ao longo de três dias consecutivos (61) mas regista esta sexta-feira mais uma quebra, importante em termos de evolução da pandemia no país: há agora menos 32 casos internados, uma descida percentual de 3,7%, num total de 842. Também o número de casos em Unidades de Cuidados Intensivos, que ontem tinha descido apenas um, volta a decrescer, desta vez menos oito (equivalente a 5,9%), num total de 127.

Número de casos suspeitos, não confirmados, em vigilância e a aguardar resultados

Mais 11,9% de casos a aguardar resultados. O Boletim apresenta valores estabilizados nos parâmetros mais gerais em três dos campos e apenas uma subida mais acentuadas num outro: o número de casos suspeitos teve um aumento de 1,4% (mais 3.694, num total de 269.266), o número de casos não confirmados subiu 1,2% (mais 2.823, num total de 239.014) e os contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, que na véspera tinham subido 11,1% após cinco dias a descer, voltam de novo a cair 1,8% (menos 489, num total de 26.819). O único número que subiu foi assim os casos a aguardar resultados, que registaram um aumento de 11,9% (mais 318, num total de 2.984).

Caracterização dos casos por género

59% dos casos confirmados foram registados entre mulheres. Continua a confirmar-se uma tendência de distribuição por género em Portugal: a percentagem de mulheres infetadas tem vindo a subir de forma ligeira e gradual, com mais 85 mulheres do que homens infetados apenas em relação a este novo Boletim num total de mais 4.906 casos positivos em mulheres (num total de 16.087 casos, 59% dos 27.268 em Portugal).

Número de casos por concelho

Barcelos teve maior aumento do dia. Lisboa continua a ser o concelho do país com mais casos de Covid-19, num total de 1.700 (mais 32 do que na véspera), e teve também o segundo maior crescimento neste Boletim, marcado pelo aumento de casos no concelho de Barcelos em relação à informação da véspera, com mais 46 em apenas 24 horas num total de 275. Vila Nova de Gaia teve uma subida de 13 casos, num total de 1.445, ainda assim inferior a Porto (mais 26, total de 1.295), Gondomar (mais 29, total de 1.046), Matosinhos (mais 29, total de 1.192) ou Braga (mais 16, total de 1.146). Nota ainda para os crescimentos registados na Amadora (mais 20, num total de 422) e em Cascais (mais 17, num total de 432). A Azambuja, que voltou a ser muito falada na conferência pelo foco encontrado numa fábrica, manteve os 38 casos da véspera e subiu apenas 17 em relação a segunda-feira.

Caracterização dos casos confirmados por sintomas

Tosse e febre continuam como os principais sintomas. Os sintomas apresentados esta sexta-feira entre testes positivos (com informação de 88% desses casos, a mesma percentagem da véspera) mantêm-se quase inalterados em relação aos últimos quatro dias, após uma forte variação negativa no decorrer da última semana, sendo que neste caso houve apenas dois decréscimos percentuais: há uma preponderância maior de tosse (42%, menos 1%) e febre (30%), seguidas de dores musculares (21%, menos 1%) e cefaleia (20%). Fraqueza generalizada (16%) e dificuldades respiratórias (12%) são os sintomas com menor taxa de incidência.