Há sempre mais do que uma forma de atingir os objectivos e, no que respeita a veículos eléctricos, essencialmente pode-se avançar com plataformas multi-energia, capazes de se adaptar a motores a gasolina, diesel, híbridos e eléctricos, como alternativa à solução convencional, que passa por conceber plataformas específicas para automóveis a bateria. Klaus Bishoff, responsável pelo Design na Volkswagen, afirma peremptoriamente que “é um erro não recorrer a plataformas diferentes e específicas para eléctricos”.

Bishoff é um homem do design, pelo que a sua preocupação incide, acima de tudo, nas limitações às proporções a que os veículos com motores de combustão obrigam. Ao desaparecer a necessidade de alojar motores e caixas de velocidade mais volumosas à frente, esta pode passar a ser mais curta, favorecendo o espaço interior e ainda permitir montar uma frunk, uma pequena bagageira à frente.

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Esta frente mais curta assegura uma maior distância entre eixos, para um modelo com o mesmo comprimento total, o que é sempre bom num veículo eléctrico, pois é entre eixos que se aloja o pack de baterias.

A afirmação de Bishoff surgiu durante uma entrevista à Autocar, mas o designer não é o primeiro quadro da Volkswagen a bater nesta tecla, tanto mais que o grupo alemão enveredou por plataformas específicas e escaláveis, com fábricas exclusivas para veículos eléctricos.

Com isto, Bishoff defende a decisão do conglomerado para que trabalha, criticando grupos como a PSA, BMW e Volvo, que adoptaram arquitecturas que podem receber qualquer tipo de motorização, mesmo as eléctricas, sendo produzidas nas mesmas linhas de produção dos seus “irmãos” a gasolina e a gasóleo. O que o técnico alemão não diz é que conceber plataformas específicas exige mais tempo, investimentos muito superiores e ficar dependente do facto de os veículos eléctricos virem a tornar-se um sucesso, dado que os investimentos associados a esta opção são colossais. Mas a possibilidade de lucro é igualmente muito superior e basta ver a facilidade com que a Tesla anuncia margens de lucro brutas de 22 a 25%.

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