A eurodeputada do PS, Isabel Santos, adiantou este sábado que Portugal receberá nas próximas semanas entre 50 e 60 crianças não acompanhadas oriundas de campos de refugiados das ilhas gregas.

Durante uma conferência digital promovida pelo PS, que reuniu um conjunto de eurodeputados socialistas, para assinalar o Dia da Europa, Isabel Santos foi questionada sobre as cinco mil crianças não acompanhadas que estão em campos de refugiados nas ilhas gregas.

“Já foi recebido um grupo de crianças pelo Luxemburgo, outro grupo pela Alemanha e a notícia que temos é que Portugal nas próximas semanas receberá entre a 50 a 60 crianças, o que é muito bom e é um verdadeiro sinal de que nos devemos sentir orgulhosos”, revelou a eurodeputada do PS.

Segundo Isabel Santos, estas crianças não acompanhadas “vivem em campos de refugiados com o triplo, quadruplo e em muitos casos até o quíntuplo da população que teriam capacidade de acolher”.

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“Estas crianças vivem em condições de facto quase que sobre-humanas e há um projeto de recolocação de 1600 crianças”, lembrou, afirmando que um conjunto de 10 países da União Europeia se ofereceu para a recolocação destas crianças.

Entre esses países, destacou a socialista, “está Portugal”, que foi “aliás o primeiro país a oferecer-se em resposta ao pedido que foi dirigido aos estados-membros pela Grécia”.

“A solidariedade europeia em relação ao mecanismo de recolocação falhou desde o seu início. Houve até recentemente, em abril, uma decisão do Tribunal de Justiça Europeu contra a Hungria, a Polónia e a República Checa por não terem cumprido com o plano de recolocação que tinha um caráter mandatório”, lamentou.

Em 28 de abril, a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson, revelou que Portugal seria o próximo Estado-membro da União Europeia (UE) a acolher estes menores não acompanhados.

No final de uma videoconferência de ministros do Interior da UE, a comissária indicou que um dos assuntos em agenda foi o processo de recolocação de migrantes que se encontram em campos de acolhimento em território grego, e adiantou então que Portugal será o terceiro país voluntário a receber menores não acompanhados.

A comissária não especificou então o número de refugiados nem a data da sua chegada a Portugal.