A associação de consumidores timorense pediu esta segunda-feira ao governo para intervir caso as operadoras não reduzam o preço dos combustíveis no país, tendo em conta as quebras internacionais no preço do crude.

Em comunicado enviado à Lusa, a Tane Consumidor manifestou preocupação com os preços dos combustíveis em Timor-Leste, considerando que não refletem a situação internacional e que, por isso, devem ser reduzidos, especialmente tendo em conta a pandemia da Covid-19.

A Tane exige que os operadores económicos que distribuem e revendem combustível em Timor-Leste revejam os preços, de acordo com o preço do barril de petróleo e as quebras de preços a nível internacional”, refere-se na nota.

“A descida internacional de preços ainda não se refletiu nos preços praticados em Timor-Leste. De acordo com levantamento dos preços realizado pela associação, os operadores económicos continuam, em Dili, a praticar os mesmos preços de sempre”, sublinha-se.

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Uma análise da Tane realizada a 13 gasolineiras em Díli indicou que o preço médio do litro de gasolina está nos 0,92 dólares (0,85 euros) enquanto o do gasóleo ronda os 0,90 dólares (0,83 euros).

A organização timorense recordou que o governo adotou várias medidas para responder aos impactos socioeconómicos da pandemia da Covid-19, mas que o setor dos combustíveis não foi contemplado.

“Com a paralisação da economia a nível internacional devido à crise pandémica da Covid-19, o preço do barril de petróleo chegou, pela primeira vez, a valores negativos. Sabemos que a crise se vai prolongar, que a recuperação económica será lenta e que haverá uma menor procura mundial de petróleo e dos seus derivados”, sustentou.

No caso dos combustíveis em Timor-Leste, considerou, os “consumidores estão a ser duplamente prejudicados” porque “não beneficiaram ainda desta descida de preços e continuam sujeitos a práticas injustas na definição de preços”.

Esta situação prejudica os consumidores e é especialmente grave se considerarmos os tempos de crise que atravessamos, com graves impactos económicos e sociais sobre os timorenses”, sublinha-se.

A Tane defendeu que os operadores devem rever os preços em baixa e que, caso isso não ocorra, o Governo timorense deve decretar “uma redução de preços em 5% durante a vigência do período do estado de emergência”

A organização pediu ainda que a Autoridade Nacional Petróleo e Minerais “fiscalize e regule o mercado da distribuição de combustíveis, em particular a fiscalização dos preços praticados”.

Timor-Leste tem atualmente seis casos ativos de Covid-19, continuando a realizar testes a casos suspeitos em vários pontos do país, no âmbito da vigilância para tentar detetar eventuais casos de transmissão comunitária.