Já se sabe que os desportivos eléctricos têm vantagens no confronto com os seus pares com motor de combustão, em tudo o que diz respeito a arranques e acelerações. A Tesla já provou isso inúmeras vezes, com o Model S e o Model 3, mesmo contra rivais da dimensão de um Lamborghini Aventador. Outra conversa completamente diferente é quando em causa está uma análise do comportamento e da eficiência em pista, essencialmente porque os fabricantes norte-americanos, como a Tesla, são mais dados a arranques do que a medições em circuito.

Qual o melhor? Model 3 contra Giulia QV, M3 e C63S

Mas se não têm o hábito de avaliar os seus desportivos em pista, os americanos percebem a oportunidade e aprendem depressa. Que o diga a Porsche, que possui uma experiência invejável na concepção de desportivos e, ainda assim, foi batida numa volta ao mítico circuito de Nürburgring em mais de 20 segundos, numa batalha com travo a vexame registada, para cúmulo, por uma publicação germânica. E assim que se aperceberam que os europeus são tão sensíveis à eficiência, em vez de apenas acelerar em recta, rapidamente os americanos trataram de desenvolver desportivos igualmente bons nas curvas.

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Depois de vermos os britânicos da Top Gear comparar o Tesla Model 3 Performance, com 450 cv, com o Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio, de 510 cv, considerado pelo jornalista como o mais rápido face ao Mercedes-AMG C63 S e BMW M3 e o eléctrico sair vitorioso por 0,56 segundos, apesar de ter menos 60 cv e mais 240 kg, seria expectável que o Taycan Turbo S tivesse um desempenho ainda melhor, pois se o Model 3 Performance ainda não teve direito ao tratamento “para pista”, com suspensões mais duras e barras estabilizadoras mais espessas, do Taycan espera-se que usufrua de toda a experiência da Porsche.

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Em termos de potência e comparando com o que aconteceu com o Model 3 Performance, que tinha menos cavalos e mais peso do que o Giulia Quadrifoglio, o Taycan Turbo S tem à sua disposição 761 cv, mais 135 cv do que BMW M8 Competition Gran Coupé (625 cv) e mais 122 cv do que o Mercedes-AMG GT 63 S. No capítulo do peso, o Porsche tem uma desvantagem de 250 kg para o Mercedes (sensivelmente a mesma que o Model 3 tem para o Giulia) e 315 kg para o BMW.

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Segundo a Auto Bild, o Taycan Turbo S (1.32,76) bate o BMW M8 Competition (1.32,96) por apenas 0,2 segundos numa volta ao circuito de Lausitzring, o que permite colocar em causa a eficiência do Porsche, por comparação com a disputa entre o Alfa Romeo e o Tesla, pois se então o modelo eléctrico tinha tudo contra ele (peso e potência), o mesmo não acontece neste confronto, dado que o Taycan perde em peso mas compensa em potência, com a Porsche a anunciar 761 cv com Overboost para a sua berlina desportiva.

Se o Taycan Turbo S bate o BMW M8 Competition Gran Coupé por magra margem, foi batido pelo Mercedes AMG GT 63 S por 0.44 segundos, modelo em relação ao qual possui igualmente mais potência e mais peso. Testado numa ocasião anterior, o Mercedes rodou em 1.32,32 e em 1.33,20, com pneus distintos, mas ambos homologados para circular na via pública.