O Hospital de São João, no Porto, disse esta terça-feira que “nunca” parou a obra da nova Ala Pediátrica, apesar dos “constrangimentos” devido à Covid-19, mantendo para 2021 o prazo de conclusão do equipamento previsto há 10 anos.

“Os trabalhos, apesar dos constrangimentos existentes no hospital devido ao plano de contingência Covid-19, decorreram de forma planeada, com o objetivo claro de que em meados de 2021 [a obra] esteja concluída”, disse o Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ) em resposta a questões da Lusa sobre a obra iniciada em outubro, após anos de impasse e de internamento de crianças, nomeadamente oncológicas, em contentores.

O CHUSJ assegura que “durante os meses de março a maio”, altura em que foram suspensos atos não urgentes para evitar contágios do novo coronavírus e canalizar recursos para o cuidado aos infetados, “as obras da Ala Pediátrica nunca foram suspensas”. “Estamos determinados a construir um novo futuro, para as crianças, as famílias e os profissionais de saúde, que de forma tão empenhada cuidam delas. A ala pediátrica vai ser uma realidade”, destaca o hospital na resposta enviada à Lusa.

Em fevereiro, numa visita à empreitada, o presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, Fernando Araújo, apontou a conclusão da obra para o primeiro semestre de 2021. A construção, orçada em mais de 25 milhões de euros, arrancou a 1 de outubro. A Ala Pediátrica, que ficará integrada no edifício principal, terá cinco pisos e mais dois subterrâneos, com capacidade para 98 camas.

Em julho de 2019, o CHUSJ acabou com o internamento de crianças em 36 contentores, provisórios durante cerca de 10 anos, com a deslocação dos doentes para camas pediátricas no edifício principal do hospital. A mudança foi possível com a utilização de espaços deixados livres com a relocalização de outros serviços.

Em novembro de 2018, pais e mães de crianças internadas alertaram para os contentores “indignos e desumanos” do internamento pediátrico daquele hospital, descrevendo “quartos minúsculos sem janelas”, “cartão a tapar buracos na parede”, portas vedadas com “adesivo do hospital” e “uma sanita e duche para os 40 ou 50 pais”. Nesse mês de 2018, o Parlamento aprovou por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para prever o ajuste direto para a construção da ala pediátrica.

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