O dispositivo de combate a incêndios no distrito de Santarém para a fase mais crítica “é superior”, mas “muito semelhante ao de 2019”, contando com 838 operacionais, 119 veículos e quatro meios aéreos, disse fonte da proteção civil.

O comandante distrital de operações de socorro de Santarém, Mário Silvestre, disse hoje à Lusa que o dispositivo operacional “é superior ao do ano passado”, contando este ano com um “incremento das Brigadas de Sapadores Florestais da Lezíria e do Médio Tejo, o que se traduz num reforço de 30 elementos, duplicando para quatro o número de brigadas de sapadores afetas ao dispositivo”.

“Em termos gerais, o dispositivo sofreu um incremento de meios disponíveis, mas é muito semelhante ao do ano passado”, afirmou, tendo destacado que o “excelente desempenho” alcançado o ano passado assenta em premissas que se vão manter este ano, como sejam “o pré-posicionamento de meios”, a “monitorização permanente”, uma “deteção precoce” e o “despacho imediato e musculado de meios”.

Os meios disponíveis para a época de incêndios, que começa na sexta-feira, são este ano reforçados em 3%, em relação a 2019, nomeadamente com mais guardas florestais e sapadores florestais e um dispositivo aéreo para quatro anos, sendo que o estado de emergência levou a que a limpeza das matas ficasse para trás, uma preocupação acrescida para a época de incêndios, havendo “mais de 1500 situações detetadas de possíveis infrações” em Santarém, segundo dados da GNR distrital.

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Na fase IV (de 01 de julho a 30 de setembro), a mais crítica, o dispositivo distrital de Santarém contará com 49 Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) mais 25 Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC), o que corresponde a 295 operacionais, a par de 21 equipas (105 elementos) das Equipas de Intervenção Permanente (EPI), de meios técnicos e humanos da AFOCELCA – Agrupamento Complementar de Empresas de Proteção Contra Incêndios, Associação de Produtores Florestais, ICNF, militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro, agentes da PSP e militares da GNR/SEPNA), além de apoio ao nível de postos de vigia e sistema de videovigilância, entre outros.

Em Santarém, o plano operacional para este ano é uma continuidade da estratégia utilizada no ano anterior, e conforme a diretiva nacional, no distrito estarão ainda posicionados quatro meios aéreos, um helicóptero ligeiro e um pesado em Ferreira do Zêzere, um ligeiro em Pernes (Santarém) e um médio no Sardoal.

No âmbito do comando e controlo, o dispositivo conta com um comandante em permanência no Comando Distrital, um oficial de planeamento, dois comandantes de operações em permanência na Lezíria e no Médio Tejo, três equipas de posto de comando operacional e oito equipas de reconhecimento e avaliação da situação.

Para este ano, Mário Silvestre fez notar a sua “preocupação face à problemática da covid-19” e deu conta da implementação de “medidas de mitigação e não contaminação dos operacionais”.

Questionado sobre que medidas poderão ser aplicadas, Mário Silvestre disse que se vão “tentar implementar regras de conduta diretamente relacionadas com o ambiente operacional”, dando como exemplos a “obrigatoriedade de máscaras na deslocação dentro dos veículos”, um “maior distanciamento [entre operacionais] quando não em ação direta [de combate aos incêndios]” e a tomada de “refeições com um maior distanciamento social”.

Medidas que, notou, “não são regra, mas visam tentar minimizar eventuais contágios”, sendo que outras “fazem parte dos planos de contingência dos próprios corpos de bombeiros” e outras “advirão de diretivas nacionais.”