A Jerónimo Martins suspendeu o arranque de projetos de construção de novas lojas devido à pandemia de Covid-19 e diz que custos para garantir segurança das atividades foi de 15,5 milhões de euros em março.

“Os primeiros impactos da pandemia na operação começaram a sentir-se, na Polónia e em Portugal, nas duas primeiras semanas de março, com um crescimento acentuado das vendas em determinadas categorias a refletir os receios dos consumidores de não conseguirem aceder a produtos alimentares essenciais durante a pandemia”, afirma a Jerónimo Martins, no comunicado dos resultados do primeiro trimestre.

“Em março, os custos incorridos nas várias unidades de negócio e estruturas do grupo para garantir a segurança e a sustentabilidade das atividades estimam-se em cerca de 15,5 milhões de euros“, adianta a empresa.

Além disso, face a um “contexto de baixa visibilidade, relativamente ao curto e médio prazos, dos impactos da pandemia, o grupo decidiu suspender o arranque de projetos de construção de novas lojas e o início de projetos de remodelação“.

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Esta decisão, sublinha, “gerará, inevitavelmente, atrasos no programa de investimento do ano, mas não reduz as nossas ambições de longo prazo”.

A Jerónimo Martins garante ainda que “todos os investimentos já iniciados estão a ser concluídos e não serão comprometidos os investimentos planeados a nível de aquisição de terrenos para localizações futuras“.

A dona do Pingo Doce aponta ainda medidas de prevenção e proteção que foram decididas, no âmbito da pandemia de Covid-19, entre as quais “isolamento preventivo dos membros das equipas que, pela sua idade ou devido a condições especiais de saúde, são potencialmente mais vulneráveis em situação de infeção”, a “iniciativa de realização proativa de testes a Covid-19 e/ou de exames de saúde preventivos”, bem como a introdução de equipamentos de proteção.

“Nas duas últimas semanas de março, em Portugal e na Polónia, redução do horário de funcionamento das lojas e redução das equipas presentes em loja com implementação de turnos rotativos”, foi outra das medidas, como ainda o “encerramento, pelo Pingo Doce, dos seus 36 restaurantes, suspensão do funcionamento de uma das duas cozinhas centrais e redução da operação de take-away em loja”.

Destaca também o “alargamento das compras a pequenos produtores regionais como forma de contribuir para o escoamento da sua produção sem redução do preço de compra ao produtor, de forma a proteger a continuidade dos seus negócios” e a “disponibilização de facilidades de crédito, com a cobertura de risco do Grupo Jerónimo Martins, aos pequenos e médios fornecedores, de forma a estes poderem antecipar recebimentos e evitar estrangulamentos de tesouraria”.

Em abril, sob medidas de restrição à circulação, as vendas da polaca Biedronka subiram 6,5% e as do Pingo Doce recueram 16,3%, face a igual mês de 2019, refere o grupo.

Em março, “e na sequência do encerramento dos restaurantes e cafés e da suspensão da atividade turística em geral, também o Recheio observou uma queda substancial da sua actividade junto do canal HoReCa [hotéis, restaurantes e cafés], que representa cerca de 35% do volume total de negócios da companhia”.

A Jerónimo Martins acrescenta que devido ao estado de emergência em Portugal, “as lojas de chocolates Hussel e as cafetarias Jeronymo encontram-se encerradas desde o dia 19 de março”.

Na Colômbia, os primeiros efeitos da pandemia registaram-se na segunda metade de março, mas só em abril é que as medidas restritivas à circulação de pessoas começaram a ser introduzidas, impactando cerca de 30% das lojas Ara.