Não há entradas duras, todos os campos terão de ser profundamente desinfetados e os jogadores terão de trabalhar em grupos de cinco. Estas são algumas das linhas gerais que serão implementadas pela Premier League na próxima segunda-feira, o primeiro dia do regresso aos treinos dos clubes ingleses.

Segundo a BBC, que teve acesso ao protocolo de saúde previsto no “Project Restart” da Premier League que foi ratificado pelas autoridades de saúde britânicas, os jogadores receberam uma versão condensada do documento de 40 páginas para estarem a par de todas as regulamentações. Nesta primeira fase do retomar dos trabalhos, os treinos não podem ter mais de 75 minutos e os jogadores, equipas técnicas e restante staff serão testados duas vezes por semana, terão de responder a um questionário de sintomas diariamente e terão a temperatura medida antes de entrarem no centro de treinos. Além disso, todos serão convidados a preencher um registo central do resultado dos testes à Covid-19, algo que vai obrigar à autorização prévia de cada um e também à concordância da Associação de Jogadores Profissionais, no caso dos atletas.

Covid-19: “Mayor” de Londres contra o regresso da Premier League em junho

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As bandeirolas de canto, bolas, cones, postes e traves das balizas e os relvados terão de ser desinfetados depois de cada sessão de treino. Existem ainda “medidas de controlo” recomendadas, como “higiene pessoal meticulosa e o uso de Equipamento de Proteção Individual”, assim como a ausência de convívio em espaços comuns como o consultório dos médicos dos clubes, os balneários ou as zonas de ginásio.

Os jogadores não poderão partilhar um meio de transporte no caminho para e de o centro de treinos e devem desinfetar o interior dos carros pessoais sempre que possível. Os autocarros dos clubes, assim como os transportes públicos, devem ser evitados por todos os funcionários. O protocolo de saúde do “Project Restart” deixa ainda ressalvas relativamente aos jogadores que estiveram infetados com o novo coronavírus e aconselham os clubes a considerar este fator antes do reinício “de exercícios de alta intensidade em grande volume”. Para isso, é recomendado que estes atletas realizem exames ao coração e aos pulmões, adicionalmente ao testes obrigatórios à Covid-19. Terminada esta primeira fase de reinício dos treinos, a Premier League vai precisar novamente de autorização do Governo e das autoridades de saúde para passar para a etapa seguinte, em que o contacto físico já será permitido.

“Quero lá saber do moral da nação, pá”. Danny Rose não quer voltar a jogar nas próximas semanas

Nesta terça-feira, a BBC avançou que vários jogadores da Premier League já informaram os respetivos clubes de que não pretendem voltar aos trabalhos na segunda-feira, dia 18. Os atletas, que comunicam através de um grupo de WhatsApp, consideram que não estão a ser ouvidos nas discussões e debates e estão muito reticentes quanto ao recomeço da Premier League. Esta quarta-feira, porém, os jogadores reuniram com a Premier League, os responsáveis sanitários e a Associação de Jogadores Profissionais, para tentar chegar a um consenso comum, e é possível que este protocolo que agora se tornou público seja um primeiro passo para o retomar dos treinos de forma mais ou menos unânime.

Na segunda-feira, todos os clubes da Premier League voltaram a reunir para encontrar uma posição conjunta para discutir com o Governo as condições do reinício da competição. A principal divisão continua a ser a quase obrigatoriedade de as jornadas restantes serem disputadas em estádios neutros, ou seja, nos recintos que reúnam todas as condições absolutamente necessárias para a garantia da higiene e da segurança sanitária. Os seis clubes do fundo da tabela — Norwich, Aston Villa, Bournemouth, Watford, West Ham e Brighton — estão contra esta solução mas a verdade é que, da reunião desta segunda-feira, acabou por sair uma data provisória para o recomeço da Premier League: 12 de junho.