A bolsa nova-iorquina encerou esta quarta-feira em nítido recuo, depois de o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, ter alertado que os desgastes provocados pelo novo coronavirus poderiam ter um impacto duradouro sobre a economia norte-americana.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 2,17%, para os 23.247,97 pontos, e o alargado S&P500 desceu 1,75%, para os 2820,00.

Da mesma forma, o tecnológico Nasdaq cedeu 1,55%, para as 8.863,17 unidades.

Em discurso pronunciado hoje, Powell preveniu que os estragos causados pela pandemia na primeira económica mundial poderiam ser “duradouros”, o que justifica, na sua opinião, planos de ajuda urgentes, “custosos”, mas incontornáveis para evitar uma recessão profunda.

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Powell julgou que poderiam ser necessárias ajudas suplementares para responder ao choque económico.

Para J.J. Kinahan, da TD Ameritrade, o presidente da Fed “fez o seu melhor, mas os investidores julgaram que a sua intervenção era o sinal de que a bolsa se tinha mostrado demasiado otimista sobre o recomeço da economia” norte-americana.

Depois de terem estado nos mínimos do ano em meados de março, os índices nova-iorquinos conheceram uma subida espetacular até ao início de maio, apesar de os indicadores apresentarem, uns após outros, os estragos causados pelo coronavirus na atividade económica dos EUA.

“O que os investidores pretendem saber é como é eu os EUA vão reabrir a sua economia, a que velocidade e se o vão fazer com prudência”, resumiu Quincy Krosby, da Prudential.

“A possibilidade de novos focos de contaminação, inclusive uma segunda vaga que constranja o país a confinar-se de novo, incita à precaução”, acrescentou a analista que especificou que a situação na Ásia e Europa, onde o desconfinamento começou mais cedo, era observada de perto.

Por outro lado, os investidores permaneceram atentos ao aumento da tensão entre os EUA e a China, que pode agravar a perda de velocidade da economia internacional.

O governo norte-americano afirmou, por várias vezes, que tinha provas de o novo coronavirus provir de um laboratório da cidade de Wuhan, berço da pandemia.

Pequim desmentiu vigorosamente estas acusações, classificando-as de mentirosas e insensatas.