O Índice Digital Regional de 2019 revela que a Área Metropolitana de Lisboa continua a afastar-se do resto do país, agravando as “assimetrias regionais” na Sociedade da Informação, e o Centro ultrapassou o Norte como segundo melhor classificado.

Concebido pela Universidade do Minho, através do Gávea – Observatório da Sociedade da Informação, o Índice Digital Regional (IDR), a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso, mostra que a Área Metropolitana de Lisboa (AML) “continua o afastamento face à média das regiões no desempenho na Sociedade da Informação, reforçando ainda mais a larga distância em relação à segunda região melhor classificada”, a do Centro, a “única com uma trajetória de aproximação à média portuguesa”, que em 2019 passou a região Norte, fixando-se como segunda classificada.

“Isto confirma o acentuar das assimetrias regionais na construção da Sociedade da Informação em Portugal. Em aspetos relevantes da Sociedade de Informação, as assimetrias persistem e até se vão agravando”, alerta Luís Miguel Ferreira, investigador do Gávea e coautor do estudo que já vai na 8.ª edição.

O responsável destaca que isto aconteceu depois de “anos e muitos milhões de euros de Fundos Estruturais aplicados na coesão e na convergência territoriais”, bem como “de tantos alertas coletivos para a necessidade de maior equilíbrio e equidade no desenvolvimento regional”.

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Em 2019, a região Centro conseguiu, por um lado, ultrapassar a região Norte como a segunda melhor classificada e, por outro, ser a única região com uma trajetória de aproximação à média portuguesa.

O IDR refere que, “à exceção da região Centro, todas as regiões viram, entre 2018 e 2019, o seu resultado afastar-se da média nacional“, ao passo que “a média nacional ficou ainda mais distante na região da AML”.

O fosso existente entre esta região e as restantes continua a aumentar“, destaca o documento.

A última posição é ocupada pelos Açores, “tal como aconteceu nas três edições anteriores”, refere o estudo.

O posicionamento das sete regiões no ranking do IDR 2019 “verificou poucas mexidas em relação à edição anterior”.

Para além da manutenção da região de Lisboa na primeira posição (que já se verificou na totalidade das edições anteriores do índice), o Centro subiu ao segundo lugar, por troca com a região Norte, que baixou ao terceiro posto.

Na quarta posição “surge novamente a região do Algarve e em quinto o Alentejo, seguido da Região Autónoma da Madeira“.

Em cada um dos quatro sub-índices que constituem o IDR (Contexto, Infraestrutura, Utilização e Impacto), a região da AML “apresenta-se sempre em primeiro lugar, tendência verificada desde a primeira edição do índice”.

Esta é, também, “a única região a obter desempenho acima da média nacional nos sub-índices Contexto e Impacto”.

No sub-índice Infraestrutura, as regiões do Algarve e Açores apresentam resultados acima da média nacional e no sub-índice Utilização o Algarve consegue ultrapassar também a médica nacional”, refere o documento.

O IDR o estudo pretende contribuir para “compreender a realidade da Sociedade da Informação nas sete NUT II (unidades territoriais para fins estatísticos de segundo nível], comparando-as e contrastando-as”.

Esta 8.ª edição do IDR resulta da atualização dos dados estatísticos utilizados no cálculo das edições anteriores (2012 a 2018), mantendo-se a metodologia inalterada, pese embora a alteração da bateria de indicadores (desta vez 82, menos três dos que tinham sido usados na edição anterior).