O proTejo – Movimento pelo Tejo considerou esta quinta-feira “errado e de extrema gravidade” a continuação do funcionamento da central nuclear de Almaraz, Espanha, até 2028, que dizem estar “envelhecida e obsoleta” e que continuará a colocar em risco a Península Ibérica.

Numa carta aberta dirigida ao ministro português do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, o movimento ambientalista sublinha que Portugal pode vir a ser afetado caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente.

Para além disto, Portugal não revela estar minimamente preparado para lidar com um cenário deste tipo, pelo que, a acontecer um acidente grave, isso traria certamente sérios impactes imediatos para toda a zona fronteiriça, em especial para os distritos de Castelo Branco e Portalegre”, sustentam.

O movimento considera “errado e de extrema gravidade” o parecer favorável do CSN para a continuação do funcionamento da central nuclear de Almaraz até ao ano de 2028, “prolongando a laboração desta central envelhecida e obsoleta que continuará a colocar em risco a bacia do Tejo e toda a Península Ibérica”.

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Os ambientalistas pedem ao ministro do Ambiente uma intervenção e tomada de posição contra o eventual prolongamento do funcionamento da central nuclear de Almaraz junto do Governo espanhol, “a quem pertence tomar a decisão final, visto que o mesmo terá implicações diretas em território nacional”.

O governante português afirmou recentemente que “Espanha fez aquilo que estava previsto”, não levantando qualquer crítica à continuidade da central nuclear de Almaraz até 2028, depois de o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) espanhol ter autorizado o prolongamento do funcionamento desta central nuclear espanhola até outubro de 2028.

Segundo João Pedro Matos Fernandes, o plano nacional de energia e clima de Espanha determina que “as centrais nucleares irão encerrar entre 2025 e 2035”, sendo que as duas unidades de Almaraz serão das que vão “encerrar em primeiro lugar”, uma em 2027 e outra em 2028.

A Comissão Parlamentar de Ambiente aprovou na quarta-feira uma audição ao ministro do Ambiente e da Transição Energética sobre a central nuclear de Almaraz, que vai acontecer na próxima reunião da comissão, no dia 20.