O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, considerou na quarta-feira que, devido à pandemia de Covid-19, é improvável que os representantes de vários países consigam participar na Assembleia Geral anual do organismo, em setembro.

Numa entrevista publicada no semanário Paris Match, citada pela agência France-Presse, Guterres disse que as Nações Unidas estão a estudar “as diferentes alternativas” oferecidas pela tecnologia para realizar reunião.

Os embaixadores de vários países já estão a prever o recurso à videoconferência para assinalar o 75.º aniversário da ONU, face à pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

A cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde está sediada a ONU, é, desde meados de março, o epicentro da pandemia naquele país. A disseminação da Covid-19 levou ao encerramento quase total da cidade.

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O edifício das Nações Unidas permaneceu simbolicamente aberto, mas decorreram poucos trabalhos do organismo. As reuniões do Conselho de Segurança acontecem por videoconferência.

Este novo modo de condução dos trabalhos da ONU deverá continuar até ao final de junho.

A Assembleia Geral das Nações Unidas vai decorrer entre 15 e 22 de setembro.

Aquele que é considerado o maior encontro diplomático do planeta, com milhares de reuniões bilaterais e multilaterais, nunca foi cancelado desde 1945.

Em 1964, a Assembleia Geral foi adiada para 1 de dezembro e a organização foi reduzida por causa da crise financeira e da ameaça de vários Estados poderem perder o seu direito de voto na reunião. Em 2001, o encontro foi adiado para 10 de novembro, por causa dos atentados de 11 de setembro.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 294 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.