O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) espera o regresso das competições automobilísticas em território nacional já no próximo mês de junho.

Em declarações à Agência Lusa, Ni Amorim revelou já estar preparado um plano de contingência para a pandemia da Covid-19, que prevê, por exemplo, o fim das super-especiais nos ralis, a implementação de parques de assistência vedados ao público ou corridas de velocidade à porta fechada.

A Federação está pronta a todos os níveis para poder arrancar quando houver instruções nesse sentido. Desporto automóvel é modalidade praticada ao ar livre. O plano de contingência foi feito em articulação com o Conselho de comissários desportivos e a comissão médica, o que torna o desporto mais seguro”, explicou.

“Havendo luz verde, estamos preparados para poder arrancar. Relembro que já há vários países com agendamento para retomar a atividade desportiva. Por isso, espero notícias até ao final deste mês”, disse à Agência Lusa.

O plano de contingência delineado pela FPAK prevê ainda “de forma geral, além de uso obrigatório de máscaras e desinfetante, o distanciamento entre equipas dentro do parque fechado, “briefings” ao ar livre ou de forma virtual, bem como acabar com cerimónias de início e final de prova (pódio), haver zonas delineadas nos “paddocks” dos circuitos para haver o distanciamento social necessário”, acrescentou o presidente da FPAK. Por outro lado, Ni Amorim diz que “vai ter de haver reformulação de calendários” das competições suspensas devido ao novo coronavírus.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Já reuni com clubes de TT na semana passada, e esta semana com os ralis e Montanha. Estamos a colocar dois cenários, um para começar mais cedo e outro mais tarde. Há provas difíceis de se realizar em julho e agosto devido ao risco de incêndio. O importante é a saúde pública e que se mantenham as estatísticas que temos tido. Mas não me passa pela cabeça que não haja competição. Seria péssimo também para a economia, para além de que seria sinal de que a pandemia estaria em descontrolo total”, frisou.

O campeonato de Montanha seria o primeiro a arrancar, em junho, sendo que os ralis deveriam recomeçar em 05 de julho, com o rali de Castelo Branco, que também seria palco da primeira prova do Nacional de TT.

Sobre a possibilidade de a Fórmula 1 regressar a solo português, Amorim revelou ter enviado uma carta à Federação Internacional do Automóvel (FIA) e avançou que a opção está em aberto.

“Quando vi que o assunto estava a ficar complicado em alguns países na Europa, enviei uma carta ao Secretário-Geral da FIA, dizendo que tínhamos infraestruturas de exceção. Tínhamos acabado de ter homologação grau 1 de Portimão. Fruto dessa carta e do trabalho do Autódromo Internacional do Algarve, o assunto está em cima da mesa. Naturalmente, não poderia ser financiado pelo Estado, mas, neste caso, pelo promotor, pois não era uma prova nova, era apenas para lhes facilitar a vida”, explicou.

Ni Amorim vai “aguardar os desenvolvimentos”, tendo já falado com o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto sobre o tema, revelando ainda que “há equipas que pressionam o promotor para o campeonato vir a Portugal este ano”.