Em Londres, os números da pandemia estão em queda e uma análise recente feita em parceria com a Universidade de Cambridge permite concluir que a cidade pode ter o surto controlado no final do mês. Em média, como explica o The Telegraph, na capital britânica, surgem apenas 24 novos casos por dia de infetados com o coronavírus, um número substancialmente baixo para uma região com cerca de 9 milhões de habitantes.

Com toda a cidade em isolamento desde 23 de março, os cálculos apontam para uma taxa de reprodução de infetados de 0,4, distante dos 2 a 3 que eram apontados no início da pandemia. Ou seja, para cada 10 infetados, hoje o vírus poderá ser transmitido apenas a mais quatro pessoas.

Londres conseguiu em quase dois meses inverter a situação. Chegou a ser a região mais atingida do país, mas agora a taxa de reprodução (o conhecido”R”) mostra-se distante do valor a nível nacional. Em Inglaterra, o “R” está em 0,75, um valor próximo dos 0,7 que a Noruega registou quando decidiu reabrir o país e é nas regiões do Nordeste e Yorkshire onde a taxa é mais alta: 0,8.

No entanto, o primeiro-ministro britânico defende um regresso à normalidade que seja “lento e gradual” e, ao contrário de vários países europeus, o desconfinamento só irá acontecer em junho. No início desta semana, quando falou ao país, Boris Johnson sublinhou mesmo que “ainda não é altura para aliviar o lockdown” e que “tudo é condicional. Depende de uma série de grandes ‘ses”. “Vamos ser guiados pela ciência, pelos dados e pelas autoridades de saúde pública”, garantiu.

Boris coloca o Reino Unido em contra-corrente com o resto do continente, mesmo com os números do surto a darem sinais de decréscimo. Até esta sexta-feira, pelo menos 233 mil pessoas britânicos tiveram resultado positivo no teste à Covid-19 e pelo menos 33 mil pessoas morreram vítimas do novo coronavírus.

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