A diretora da Agência Federal Médico-Biológica e ex-ministra da Saúde da Rússia, Veronika Skvortsova, anunciou esta sexta-feira que a taxa de infeções pelo novo coronavírus estabilizou, indicando que o planalto da pandemia foi atingido em todo o país.

“É difícil prever por quanto tempo vamos manter este nível de estabilidade, que podemos chamar de planalto. Depende de muitos fatores”, disse Skvortsova em conferência de imprensa, citada pela agência Interfax.

Segundo disse, não apenas o número de doentes hospitalizados diminuiu como grande parte dos infetados não apresenta sintomas. “Há mais camas livres nos hospitais e unidades de cuidados intensivos, além de ventiladores, um sinal claro de que o processo está a começar a reverter”, adiantou.

A responsável pediu, no entanto, que sejam mantidas as medidas de proteção e que o uso de máscaras e luvas em espaços públicos “faça parte de um programa profilático (…), cujo principal componente é o distanciamento social”.

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A Rússia aguardava por este planalto há semanas, mas o número de casos continuava a crescer, tendo chegado a colocar o país no segundo lugar da lista de países com mais infetados, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo dados oficiais, até agora, foram contabilizados 262.843 casos de Covid-19 na Rússia, 10.598 dos quais nas últimas 24 horas, com um total de 2.428 mortes, 113 das quais no último dia.

O país prepara-se para uma reabertura gradual, em três fases, que dependerá em grande parte das decisões tomadas pelos governadores das 85 entidades federadas da Rússia.

Em Moscovo, o foco principal da Covid-19 na Rússia, foram retomadas na segunda-feira as atividades de vários setores industriais e de construção, mas as autoridades mantêm medidas de segurança em vigor, incluindo o confinamento para grande parte da população.

A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (2.418), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infeções (mais de 262 mil).