As palavras vacina e novo coronavírus na mesma frase começou por ser um sinal de esperança, tornou-se um amplo debate mundial e encontra-se agora numa fase de quase escolha múltipla mesmo que assente sempre em bases científicas e de estudos. No entanto, existe uma espécie de base que começa a ficar assente entre grande parte dos especialistas: a vacina irá aparecer, na melhor das hipóteses (ainda que não sejam muitas), ainda este ano, num cenário mais realista poderá surgir apenas no próximo. E essa também a opinião de Tom Inglesby.

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“Devemos ter algum nível de esperança de que, se tudo correr na direção certa, possivelmente poderemos ver uma vacina até o final do ano”, disse em entrevista ao programa “Meet the Press” da NBC, citada pelo Politico, o diretor do Centro de Segurança de Saúde da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg. Ainda assim, e apesar da aparente descrença na conversa, há uma conjugação de fatores que podem acelerar esse processo.

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“Teria de dizer que era completamente irrealista que chegasse ainda este ano mas tendo em conta que existem 110 projetos de vacinas em todo o mundo, que todas as grandes companhias de vacinas no mundo estão a trabalhar no mesmo sentido e que Tony [Anthony] Fauci e Moncef Slaoui são agora figuras a liderar esse projeto nos EUA, se eles acreditam que é possível, também penso que é possível”, explicou.

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“Mas tudo tem de correr bem e de forma correta e há muitas maneiras para que isso não funcione assim. Por isso, penso que não apostava nisso”, acrescentou, numa ideia que especificou no programa “Face the Nation” da CBS. “Muitas coisas podem correr mal, muitas coisas podem atrasar. É muito difícil chegar ao ponto em que se consegue que haja um fabrico em grandes, grandes quantidades. Diria que é mais provável que apareça em 2021 numa quantidade uficiente para chegar a toda a população”, comentou o responsável da Johns Hopkins Bloomberg.

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“Acho que teremos a vacina disponível no outono pronta para uso, talvez para poder cercar um surto se ele existir numa cidade grande ou para uma certa parte da população numa base experimental para protegê-los porque eles correm sempre um alto risco de um resultado mau”, concluiu Tom Inglesby, que se mostrou favorável a todas as medidas de confinamento que foram tomadas nos EUA: “Agora, o futuro está nas nossas mãos”.