O chefe do Banco central dos EUA considerou que a crise económica provocada pela pandemia apresenta “diferenças fundamentais” com a Grande depressão e vaticinou que o crescimento deve ser retomado rapidamente, apesar do elevado desemprego e profunda recessão.

“Não creio de todo que seja um resultado provável”, disse Jerome Powell, no domingo, em entrevista à CBS numa referência a uma Grande depressão semelhante à registada na década de 1930, ao assinalar uma economia florescente antes da pandemia, bancos sólidos e uma reação adequada das autoridades. No entanto, admitiu que a taxa de desemprego pode situar-se entre 20 e 25% e que a queda do Produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre estará “facilmente nos 20, nos 30%”.

À margem dos indicadores económicos que o Banco central recolhe e tenta antecipar, Powell sublinhou que a prioridade no momento atual consiste em controlar a pandemia, na ausência de uma vacina ou de um tratamento com provas terapêuticas.

Nos Estados Unidos instalou-se um intenso debate entre os defensores de uma rápida reabertura da economia e os que preferem uma abertura lenta e refletida para evitar uma segunda vaga de infeções.

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Aquilo que é mais conta de momento são os indicadores médicos. É a difusão do vírus. São todas estas coisas, e que estão associadas”, como por exemplo as medidas de distanciamento social, explicou Powell.

Para o governador do Banco central norte-americano, a recuperação da devastadora recessão apenas será possível a partir da segunda metade de 2020, “a partir do terceiro trimestre”, caso não se registe uma segunda vaga da pandemia. No entanto, sugeriu que não será possível uma recuperação total antes da chegada da vacina.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 313.500 mortos e infetou mais de 4,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,6 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (cerca de 90.00) e mais casos de infeção confirmados (quase de 1,5 milhões). Seguem-se o Reino Unido (34.636 mortos, mais de 243 mil casos), Itália (31.908 mortos, mais de 225 mil casos), França (28.108 mortos, cerca de 180 mil casos) e Espanha (27.650 mortos, mais de 231 mil casos). A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (2.631), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infeções (mais de 281 mil).

Por regiões, a Europa soma mais de 166 mil mortos (quase 1,9 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 95 mil mortos (mais de 1,5 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 28.700 mortos (mais de 500 mil casos), Ásia mais de 12.100 mortos (mais de 355 mil casos), Médio Oriente mais de 8.100 mortos (quase 280 mil casos), África 2.735 mortos (mais de 82.500 casos) e Oceânia com 126 mortos (quase 8.400 casos).