Menos de um minuto. O tempo que o CDS precisa para exigir ao Governo que desça os impostos e para deixar ainda críticas à “propaganda do Governo”. É um vídeo de 46 segundos, de Francisco Rodrigues dos Santos, no qual os democratas-cristãos pedem uma atitude de “competitividade fiscal” da parte do Governo, no orçamento retificativo, e que o Executivo mantenha o objetivo fixado na “recuperação social e económica”.

O desafio de condensar a mensagem num vídeo de menos de um minuto não atrapalhou Francisco Rodrigues dos Santos, que foi direto ao assunto, apontando em concreto que, “para pôr a economia a crescer”, é necessário que haja “menos impostos” como forma de “atrair mais investimento e criar mais emprego”.

Para os centristas, a solução passa pelo acerto de contas já proposto para que “os portugueses possam descontar as dívidas do estado em impostos”. Nesse mecanismo, quer o CDS que as “faturas vencidas e não pagas pelo Estado” sejam “convertidas em títulos de dívida, depois de devidamente certificadas pelo Ministério das Finanças”. De acordo com a proposta dos centristas, “esses títulos terão um prazo de validade pré definido, e só poderão ser utilizados para fazer face a pagamentos ao Estado, ocorrendo posteriormente um encontro de contas”.

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O Governo não pode cobrar o IMI, quando ainda não pagou o reembolso do IRS; não pode cobrar as dívidas à Segurança Social, quando ainda não pagou o lay-off; e não pode querer cobrar mais impostos, quando o dinheiro das linhas de crédito ainda não chegou às empresas”, frisou o líder dos democratas cristãos, criticando ainda “a propaganda do Governo [que] não paga dívidas nem impede a pobreza”.

Esta segunda-feira, em entrevista à TSF, o primeiro-ministro já revelou que “gostava que [o orçamento suplementar] fosse aprovado por unanimidade”, mas diz que não tem “essa ilusão”. Sobre se preferia aprová-lo à esquerda ou à direita, o primeiro-ministro diz que “não há razão para alterar as orientações políticas” e elogiou a colaboração da oposição durante este período de pandemia.

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O líder do PSD já admitiu viabilizar o orçamento suplementar (e pós-pandemia também)  — ainda que diga que isso não significa que “o PSD está disposto a aprovar tudo” —, e agora o CDS parece colocar em cima da mesa, bem à vista de Costa e de Centeno, os requisitos para uma viabilização do orçamento suplementar: descida de impostos é obrigatório para o CDS ir a jogo.

Rio, o colaborador, admite viabilizar orçamento suplementar (e até orçamentos pós-pandemia)