O ministro da Defesa Nacional admitiu esta terça-feira a criação de um Quadro Permanente de Praças no Exército e na Força Aérea, como forma de minorar a falta de militares nas Forças Armadas, mas o processo deverá ser longo.

João Gomes Cravinho respondia a perguntas de deputados do PSD e de PCP numa reunião da Comissão de Defesa Nacional, no parlamento, sobre as prioridades nesta pasta, além do tema do combate à pandemia de covid-19, em que as Forças Armadas participam desde março.

A criação de um quadro permanente, defendido pelos chefes do Exército e da Força Aérea também em audições na comissão, nas últimas semanas, é “desejável” e uma “questão complexa”, que precisa de ser tratada “com profundidade” para avaliar as suas consequências a longo prazo, na criação de carreiras.

“É um elemento e não a bala de prata”, afirmou, referindo-se à forma de tentar atrair mais jovens para as Forças Armadas, acrescentando que é preciso “pensar na criação de um quadro permanente que faça sentido ao longo de várias décadas”.

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“Este ano teremos oportunidade de falar”, concluiu Gomes Cravinho.

A Marinha já tem um Quadro Permanente, embora continue com falta de efetivos, e o chefe do Exército já entregou uma proposta ao executivo, enquanto a Força Aérea está a ultimar o seu projeto.

Numa audição na comissão, em 21 de abril, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, admitiu os problemas com o recrutamento, dizendo que atualmente são “cerca de 25 mil” os efetivos militares, abaixo dos 30 mil a 32 mil que legalmente é admitido.

Também nesta reunião, Silva Ribeiro afirmou esperar que, “se tudo correr bem”, se resolvam “até ao final do ano” os problemas salariais, em particular das praças, para tornar a vida militar mais atrativa.