A Porto Editora vai publicar, no dia 18 de junho, um volume que reúne a obra poética de Artur Cruzeiro Seixas, nome maior do surrealismo português. O livro, Obra Poética, será editado no âmbito da coleção de poesia coordenada por Valter Hugo Mãe que, em 2018, realizou em Lisboa uma exposição conjunta com o artista, Colaborativa.mente.

Um dos precursores do movimento Surrealista português, ao lado de Mário Cesariny, Carlos Calvet ou António Maria Lisboa, Cruzeiro Seixas é autor de uma vasta obra no campo do desenho, pintura e escultura, mas também da poesia. As suas obras estão expostas em vários museus, como o Museu do Chiado, Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Museu Machado de Castro, em Coimbra, ou Museu Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco. O artista completa 100 anos no dia 9 de dezembro.

Os três volumes que compõem a Obra Poética de Cruzeiro Seixas tinham sido publicados, no início dos anos 2000, pela já desaparecida editora Quasi. Os livros farão agora parte da coleção “elogio da sombra”, que editou no ano passado a poesia de Fernando Lemos, artista português com ligações ao movimento surrealista que morreu a 17 de dezembro, aos 93 anos, no Brasil, onde vivia exilado desde 1953.

A poesia de Cruzeiro Seixas é uma das novidades do Grupo Porto Editora para o regresso aos lançamentos neste mês de junho, após dois meses de paragem na sequência da pandemia do novo coronavírus. No campo da poesia, será editado pela Porto Editora a Poesia Completa de Maria Alberta Menéres, assinalando o primeiro ano após a sua morte, e pela Assírio & Alvim Inferno, de Pedro Eiras, e O Caso Mental Português, um ensaio de Fernando Pessoa onde o poeta faz uma análise do fenómeno do provincianismo como característica-chave da mentalidade portuguesa. O volume inclui outros dois textos até agora inéditos.

Apresentação do Rosto, de Herberto Helder, vai voltar às livrarias também em junho pela Assírio & Alvim. A obra foi publicada originalmente em 1968, tendo sido então apreendida pela PIDE e grande parte dos seus cerca de 1.500 exemplares destruídos. É agora reeditada pela primeira vez, com as alterações feitas pelo próprio Herberto Helder num exemplar que tinha em sua posse.

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