O ex-ministro da Saúde brasileiro Nelson Teich, que renunciou ao cargo há uma semana por divergências com o Presidente Jair Bolsonaro, recusou este sábado um convite para regressar ao Governo como conselheiro do Ministério.
O médico oncologista anunciou a sua decisão através das redes sociais, justificando que seria incoerente regressar ao Ministério da Saúde após ter renunciado ao cargo tão recentemente.
“Agradeço ao ministro interino Eduardo Pazuello o convite, mas seria incoerente da minha parte ter deixado o cargo de ministro a semana passada e aceitar o cargo de conselheiro uma semana depois”, escreveu Teich na rede social Twitter.
Agradeço ao Ministro Interino Eduardo Pazuello pelo convite para ser Conselheiro do Ministério da Saúde, mas não seria coerente ter deixado o cargo de Ministro da Saúde na semana passada e aceitar a posição de Conselheiro na semana seguinte.
— Nelson Teich (@TeichNelson) May 23, 2020
Numa outra mensagem, Teich referiu que o seu objetivo enquanto ministro foi criar um modelo mais técnico de gestão que permitisse aumentar a eficiência do sistema de saúde.
“Ser mais técnico não significa ter uma conduta médica mais técnica. Isso seria tratar o problema de uma maneira simplista. Uma conduta técnica do sistema de saúde significa uma gestão onde a estratégia, planificação, metas e ações estão baseadas em informações amplas e precisas, acompanhadas continuadamente por indicadores”, escreveu.
Teich foi nomeado ministro da saúde por Bolsonaro a 17 de abril depois de este ter destituído Luiz Henrique Mandetta, um firme defensor dos períodos de quarentena em época de pandemia por covid-19 uma medida que não agrada ao presidente brasileiro.
O Brasil contabiliza mais de 21.000 mortos e mais de 330.800 contaminados, sendo o segundo pais no mundo com mais infeções, atrás dos Estados Unidos (mais de 1,6 milhões de casos).