O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, ocupa esta segunda-feira as manchetes dos media locais, apesar de ter apresentado desculpas, depois de ter violado uma regra imposta pelo governo para combater a epidemia do coronavírus.

Descrito pelos tabloides como um “pecador” face ao vírus, o chefe de Estado foi controlado por uma patrulha da polícia quando se encontrava na esplanada de um restaurante no centro de Viena com a mulher e dois amigos depois da meia-noite de sábado, apesar do encerramento obrigatório do estabelecimento ser às 23h.

“Saí pela primeira vez desde o confinamento com dois amigos e a minha mulher”, escreveu Van der Bellen no domingo na rede social Twitter. “Perdemos a noção do tempo enquanto conversávamos. Lamento muito. Foi um erro”, adiantou.

Para o partido da oposição de extrema-direita FPO, o chefe de Estado mostra com aquele comportamento “a sua indiferença em relação à população, que é obrigada a respeitar as regras delirantes estabelecidas pelo governo” de coligação entre os conservadores e os Verdes.

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A Áustria decidiu-se por um confinamento relativamente precoce e rigoroso em meados de março para combater a epidemia da Covid-19 e a meio de abril começou a levantar as restrições gradualmente, face a um baixo número de infeções.

Na semana passada, os restaurantes e os cafés foram autorizados a reabrir, mas devem cumprir determinadas regras, como encerrar às 23h.

O proprietário do estabelecimento em questão declarou ao diário Krone que respeitou as regras interrompendo o serviço às 23h, mas que autorizou os clientes a permanecerem na esplanada.

Poderá ter de pagar uma multa até 30.000 euros e Van der Bellen declarou que “assumirá a responsabilidade” se o restaurante sofrer perdas devido ao incidente.

Alexander Van der Bellen, das fileiras ecologistas, foi eleito presidente da República em 2016 contra a extrema direita. Em janeiro foi formado um governo entre os conservadores e os Verdes.

A Áustria regista até esta segunda-feira oficialmente 16.458 casos do novo coronavírus, que causaram a morte de 641 pessoas.

A pandemia de Covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan (China), já provocou mais de 343.000 mortos e infetou mais de 5,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência France Presse. Mais de dois milhões de doentes foram considerados curados.