Os consumidores alemães recuperaram ligeiramente a confiança em maio, depois do choque causado pela pandemia da Covid-19, de acordo com o indicador mensal publicado esta terça-feira pela consultora alemã GfK.

As expectativas económicas e de rendimentos, bem como a vontade de fazer compras, cresceram moderadamente, afirma a GfK num comunicado. Por isso, a consultora prevê para junho um aumento de 4,2 pontos no indicador que mede a confiança do consumidor – feita com base na opinião de quase 2 mil entrevistados – para 18,9 pontos negativos.

No estudo de abril, que colocou a confiança do consumidor alemão em 23,1 pontos negativos em maio, muitos consumidores ainda estavam chocados com as “imagens horríveis” que chegavam do norte da Itália, Nova Iorque e Espanha. Esta queda sem precedentes na confiança do consumidor não se observa em maio, embora o índice de 18,9 pontos negativos seja o segundo valor mais baixo registado nos estudos da GfK.

A abertura gradual de muitas lojas certamente contribuiu para que a tendência para a consumir não se tenha visto ainda mais ressentida e que atualmente até possa aumentar um pouco”, disse Rolf Burkl, especialista da GfK.

Ainda assim, acrescentou, “a incerteza entre os consumidores é grande”, uma vez que consideram que a economia alemã “não superou nem de longe o pior” e que “se avizinha uma grave recessão”.

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O medo de perder o emprego ainda continua a ser grande, o que, juntamente com a perda de rendimentos, é atualmente um dos principais travões ao consumo. Distribuidores e fabricantes terão que continuar a adaptar-se a esta realidade, acrescentou.

Esta ligeira melhoria da confiança do consumidor é reforçada por uma tendência para uma menor poupança, que é de 9,8 pontos negativos, depois de em abril ter registado uma subida provocada pela incerteza.

A atividade económica está a ser retomada muito mais rapidamente do que o que esperava há algumas semanas e os políticos estão a fazer grandes esforços em várias áreas para que assim seja, acrescenta o comunicado. Assim, também aumenta a esperança dos consumidores de que se evite o colapso no mercado laboral.