Um português que estava desaparecido desde quinta-feira em Paris, capital francesa, foi encontrado esta terça-feira e “está bem”, disse à Lusa o filho.

“Está bem de saúde e está tranquilo, mas não tem noção do que lhe aconteceu. Não sabe explicar onde esteve”, disse Cristiano de Araújo, acrescentado que o pai “foi encontrado num supermercado no 11.º bairro de Paris” depois de ser “reconhecido pelo gerente, que tinha visto os apelos nas redes sociais”.

Sérgio Manuel de Araújo estava internado no hospital Pitié Salpêtrière, em Paris, após um acidente vascular cerebral (AVC), e saiu pelo próprio pé da unidade de saúde.

“Já estamos em contacto com o hospital e estamos a tentar perceber que medidas a mais vão tomar para que não volte a acontecer. Até porque, aparentemente, já aconteceram outros casos similares”, disse o filho do português.

Sérgio Manuel de Araújo tem 51 anos e vive em Sainte Geneviève-sous-Bois, nos arredores da capital francesa. Estava internado há três semanas depois de um AVC, à espera de uma operação e saiu do hospital na última quinta-feira sozinho e sem receber alta.

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As câmaras de segurança do hospital mostraram que o cidadão português saiu do Pitié Salpêtrière por volta das 19h, mas da parte desta instituição ainda não houve qualquer justificação para esta saída sem acompanhamento.

Depois do desaparecimento, fonte do hospital disse à família que a situação “acontece e que, de vez em quando, as pessoas querem ir embora e não as podem reter”, mas a família alega que o português “nunca disse que queria sair” daquela unidade de saúde.

“Ele, depois de um AVC, não tinha as faculdades cognitivas todas e até dizia que vivia numa cidade onde já não morava. Estava completamente desorientado”, afirmou Cristiano de Araújo, filho do português, em declarações à agência Lusa.

Além da confusão e de alguma dificuldade na fala, Sérgio Manuel de Araújo tinha dificuldade em mexer a parte esquerda do corpo, dando a aparência de estar a coxear.

A família tinha sinalizado o desaparecimento à polícia, assim como contactado o Consulado de Portugal em Paris. Também bombeiros, Cruz Vermelha, transportes públicos e taxistas foram sensibilizados para o desaparecimento.

Familiares e amigos espalharam cartazes com a fotografia e descrição deste português no 20.º bairro, onde se situa o hospital e também um pouco por toda a cidade.