A Câmara de Lisboa defendeu esta quarta-feira a realização de testes de rastreio à Covid-19 a todos os trabalhadores dos jardins-de-infância da rede pública da cidade que vão reabrir, à semelhança do que aconteceu nas creches.

A moção em que a autarquia insta o Governo a testar todos os trabalhadores dos jardins-de-infância da rede pública da cidade de Lisboa, incluindo os das Atividades de Animação e Apoio às Famílias (AAAF) e que foi apresentada pelo vereador do BE (partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS), Manuel Grilo, foi aprovada por unanimidade na reunião do executivo camarário realizada esta manhã por videoconferência.

No texto subscrito por Manuel Grilo, que é responsável pelos pelouros da Educação e dos Direitos Sociais, é salientado que a realização de testes permite “identificar casos assintomáticos e potencialmente contagiosos, como ainda contribuir para o rastreio de cadeias de infeção ao nível local”.

“Segundo a Organização Mundial de Saúde, a maior parte da transmissão da Covid-19 em contexto escolar ocorreu em situações em que o vírus foi introduzido na instituição por um adulto”, lê-se no documento, recordando-se que a abertura das creches há cerca de uma semana e meia foi precedida pela testagem dos 19 mil trabalhadores.

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Essa testagem foi considerada “necessária como garante da existência de condições de segurança para a reabertura”, não existindo diferença epidemiológica entre a situação nas creches e nos jardins-de-infância, que são frequentadas por crianças com menos de seis anos e por adultos, é referido.

Além disso, é acrescentado, em Lisboa a evolução do número de contágios não é tão baixa como no resto do país e alguns dos trabalhadores dos jardins-de-infância viajam diariamente de áreas onde existem surtos neste momento.

“É importante que as famílias se sintam seguras em relação ao regresso das crianças às escolas, e essa segurança é colocada em casa quando as medidas preventivas aplicadas às creches não são, inexplicavelmente, replicadas nos jardins-de-infância”, lê-se no texto.

Depois de cerca de dois meses e meio de portas encerradas, na próxima segunda-feira, em 1 de junho, as crianças do pré-escolar regressam às escolas seguindo orientações da Direção-Geral da Saúde e do Governo, para tentar minimizar o perigo de contágio.

O BE tinha apresentado outras duas propostas para discussão na reunião do executivo, mas foi adiada.

Numa das iniciativas era proposta a implementação de uma rede pública e gratuita de Internet na cidade e na outra defendia-se a criação de uma rede de entregas ao domicílio dos produtos dos mercados municipais, alargando um serviço que já é fornecido em alguns deles às 24 freguesias da cidade.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.356 pessoas das 31.292 confirmadas como infetadas, e há 18.349 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.