O governo alemão adiou até à próxima quarta-feira a decisão de retirar a sua recomendação contra viagens para o estrangeiro devido à pandemia do novo coronavírus, informou esta quarta-feira o grupo mediático Redaktionsnetzwerk Deutschland (RND).

O debate sobre um plano para levantar a 15 de junho a advertência relativa a 31 países europeus, previsto para esta quarta-feira, foi adiado devido às críticas da União Social-Cristã (CSU) da Baviera, o partido irmão da União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler Angela Merkel.

A advertência geral, vigente desde meados de março, deverá ser substituída por informações específicas sobre a situação em cada país ou região, que deverá incluir os parceiros da União Europeia e quatro outros países associados ao espaço Schegen – Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein -, segundo declarações do chefe da diplomacia, Heiko Maas.

Contra o planeado inicialmente, o tema já não faz parte da agenda do Conselho de Ministros desta quarta-feira, assinala o RND com base em fontes governamentais.

O chefe do governo da Baviera e presidente da CSU, Markus Soder, acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros de “agir sozinho” e exige que a coligação de governo entre conservadores e social-democratas debata a questão a fundo. O ministro do Interior, o social-cristão Horst Seehofer, também tinha expressado reservas. A CSU receia que uma maior liberdade de movimento leve a uma nova vaga de infeções.

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A Baviera é um dos estados federados mais afetados por a pandemia, com 46.458 casos, incluindo 2.404 mortos.

Segundo dados do Instituto Robert Koch de virologia, o número de infetados na Alemanha ascende a 179.364 (mais 362 casos nas últimas 24 horas) e o de mortos é de 8.349 (incluindo 47 de terça-feira para hoje). Já recuperaram 162.800 doentes, 800 dos quais nas últimas 24 horas.

A pandemia de Covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan (China), já provocou mais de 350.000 mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, de acordo com uma contagem da agência France Presse. Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.