O mercado livreiro começou a dar sinais de melhoria com a reabertura das livrarias, registando uma gradual subida do número de vendas, embora ainda com perdas na ordem dos 40%, relativamente a 2019, segundo dados da consultora GfK.

Segundo o painel de vendas Gfk, entre 4 e 10 de maio, venderam-se 104.340 livros, menos 75.741 do que na mesma semana do ano passado, em que foram vendidos 180.081 livros, o que se traduz numa quebra de 42,1%. As perdas financeiras rondaram os 45,9%, o que equivale a menos 1,07 milhões de euros face ao período homólogo: na mesma semana de 2019 entraram 2.339.344 euros, enquanto este ano entraram 1.264.792 euros.

Ainda assim, verifica-se que há uma tendência de melhoria no setor, depois de várias semanas consecutivas em queda, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de Covid-19, que obrigaram ao encerramento das livrarias e conduziram o mercado livreiro a perdas na ordem dos 80%.

A semana de 4 a 10 de maio foi a que marcou o início da primeira fase do desconfinamento, com a abertura das livrarias, e as vendas a aumentarem para níveis não atingidos desde o início do confinamento, em meados de março.

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Comparando com a semana anterior, de 27 de abril a 03 de maio, na primeira semana de abertura de portas das livrarias venderam-se mais 8.930 livros (aumento de 9,3%), rendendo mais 138.120 euros (um aumento de 12,2%).

O setor do livro está a ser fortemente afetado pelas restrições impostas em consequência da pandemia causada pelo novo coronavírus, com livrarias e editoras a darem sinais de dificuldades de tesouraria, e algumas a admitirem que poderão não resistir à crise.

Em consequência do estado de emergência decretado pela primeira vez a 18 de março, e que terminou no dia 02 de maio à meia-noite, as livrarias viram-se obrigadas a fechar portas, o que conduziu todo o setor a uma quebra na ordem dos 80% e prejuízos superiores a 20 milhões de euros.

Entretanto, o Ministério da Cultura lançou um programa de apoio a livrarias e editoras, no valor global de 400 mil euros, para aquisição de livros, até um máximo de cinco mil euros por editora e livraria, a serem distribuídos pela Rede de Ensino de Português no Estrangeiro (Cátedras, Centros de Língua Portuguesa, Leitorados) e Rede de Centros Culturais.

A este valor acrescem 200 mil euros já inscritos em orçamento para compra de livros para bibliotecas da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, privilegiando as livrarias de proximidade.

Esta medida foi contestada pelo setor, com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros a considerar que revela um “grande desconhecimento da situação que se vive no mundo do livro” e que não “resolve os problemas dos editores e nem dos livreiros”.