As consequências económicas da pandemia de Covid-19 podem levar cerca de 86 milhões de crianças a mais à pobreza até final do ano, segundo um estudo divulgado esta quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Save the Children e do UNICEF.

No total, serão 672 milhões de crianças afetadas pela pobreza este ano, o que traduz um aumento de 15% em relação à 2019, apontam a ONG e o Fundo das Nações Unidas para a Infância. Quase dois terços dessas crianças vivem, como já atualmente, na região da África subsaariana e no sul da Ásia.

O aumento, contudo, no número de crianças afetadas pela pobreza devido à pandemia de Covid-19 deverá ocorrer, principalmente na Europa e na Ásia central, de acordo com o estudo conjunto, baseado em projeções do Banco Mundial (BM)e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dados demográfica em cem países.

A escala das dificuldades financeiras que as famílias enfrentam ameaça o progresso alcançado durante anos na redução da pobreza infantil e na privação de serviços essenciais”, disse Henrietta Fore, diretora do UNICEF, citada no comunicado de imprensa.

Com ações imediatas e eficazes, “podemos conter a ameaça da pandemia que paira sobre os países mais pobres e algumas das crianças mais vulneráveis”, disse Inger Ashing, responsável da Save the Children. Estas crianças são “muito vulneráveis a períodos curtos de fome e desnutrição, que podem afetá-los ao longo das suas vidas”, alertou Inger Ashing no comunicado.

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As duas organizações estão a pedir aos governos que expandam rapidamente a sua cobertura de segurança social e refeições nas escolas para limitar os efeitos da pandemia de Covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.