É um mal-entendido que a vida trata de desfazer: ao contrário do que Hollywood nos ensina, as histórias de amor não acabam com o primeiro beijo. Esse é apenas o início. O mais difícil vem depois.
A ideia deste pequeno prelúdio – cheio de sabedoria, já agora – é introduzir o novo especial da humorista australiana Hannah Gadsby, que acaba de se estrear na Netflix. Não que o género seja romance; é comédia. Embora até esse termo seja polémico – já veremos porquê. “Douglas” é, nas palavras da própria, o seu “difícil segundo álbum”.
Depois da valente sova que foi “Nanette”, dentro da categoria “de onde é que isto veio?”, a questão que surgiu de imediato foi “para onde é que isto vai?” Pelo impacto emocional e também porque a própria anunciava, perante as mais de duas mil pessoas presentes no Concert Hall da Ópera de Sidney (e o resto do mundo em geral), que, naquele momento, não via outra saída que não deixar a comédia. As notícias da sua morte artística foram largamente exageradas. No caso, pela própria, num combinado de génio e retórica, estrondoso K.O. final.
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.