As ligas francesas de futebol profissional foram canceladas muito cedo sob pressão do governo, devido à pandemia de Covid-19, afirmou este sábado o ex-ministro do Desporto Patrick Kanner.

Patrick Kanner, ministro francês do Desporto de 2014 a 2017, considerou que as ligas se sentiram pressionadas a dar por terminada a época após o discurso do primeiro-ministro Edouard Philippe, e que as provas poderiam ter sido retomadas com as condições certas.

As duas principais ligas de futebol masculino e a principal feminina foram concluídas antecipadamente, assim como os principais campeonatos de râguebi, depois de Edouard Philippe ter dito que não poderiam ser retomadas por causa da pandemia do novo coronavírus, refere Kanner.

“Foi após a intervenção [de Edouard Philippe] em 28 de abril [no parlamento] que as ligas e as federações cederam”, declarou Patrick Kanner à rádio France Inter, considerando não ter havido escolha possível.

O ex-ministro do Desporto recorda que havia protocolos de saúde a serem preparados por todas as organizações desportivas e que, se não fosse tomada a decisão de concluir a época na altura, as competições talvez pudessem ser retomadas em junho.

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A francesa foi a única das cinco principais ligas de futebol da Europa que deu por terminada a época. O líder à altura da interrupção, o Paris Saint-Germain, foi declarado campeão, enquanto Toulouse e Amiens foram despromovidos.

Também os campeonatos da Escócia, Bélgica e dos Países Baixos foram cancelados, enquanto outros países preparam o regresso à competição, com fortes restrições, como sucede em Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal, que tem o reinício da I Liga previsto para 03 de junho. A Liga alemã foi retomada em 16 de maio.

Patrick Kanner lamentou ainda que os adeptos franceses tenham de voltar as suas atenções para outros campeonatos para se divertirem.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 364 mil mortos e infetou mais de 5,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,4 milhões de doentes foram considerados curados.