Cerca de 18.000 alunos do 1.º ao 3.º ano do ensino primário regressaram esta segunda-feira à escola em Macau, depois de as aulas terem sido suspensas durante cerca de quatro meses, devido à pandemia de Covid-19.

O regresso, rodeado de medidas de desinfeção e com testes de ácido nucleico para o pessoal docente e alunos transfronteiriços, efetuou-se sem problemas e “de forma ordenada”, garantiu esta segunda-feira a Direção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).

Estes são os últimos alunos a retomarem o regime presencial naquele território, depois de a reabertura das escolas se ter iniciado, de forma faseada, em 4 de maio. Nessa data, regressaram aos estabelecimentos de ensino os estudantes do ensino secundário complementar (10.º ao 12.º ano), seguindo-se os alunos do sétimo ao nono ano, em 11 de maio, num total de 27 mil alunos.

Em 25 de maio, foi a vez de 16 mil alunos do 4.º ao 6.º ano do ensino primário regressarem às escolas de Macau.

O regresso às aulas após a paragem devido ao Ano Novo Lunar estava previsto para 3 de fevereiro, mas as autoridades de Macau acabaram por decidir suspender as aulas presenciais, para travar a propagação do novo coronavírus. Na prática, as crianças que esta segunda-feira regressaram ao ensino primário estavam sem aulas presenciais há cerca quatro meses, desde finais de janeiro.

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As únicas crianças que continuam em casa são as do ensino infantil e do ensino especial, que só deverá reabrir no próximo ano letivo, por determinação das autoridades.

Macau está a preparar também um plano especial de apoio para responder ao regresso de mais de 400 residentes que estudam em 30 países, anunciaram as autoridades na semana passada.

À semelhança do que sucedeu numa primeira vaga que resultou no regresso de milhares de estudantes a Macau, foram prometidas medidas preventivas para evitar o risco de surto comunitário, num território que não regista qualquer caso há 54 dias consecutivos: deteção de sintomas à chegada, uma quarentena obrigatória de 14 dias e testes de ácido nucleico antes e depois do isolamento.

As autoridades de Macau anunciaram também esta segunda-feira, durante a conferência de acompanhamento da Covid-19, a reabertura de centros de idosos e de centros de reabilitação a partir de 8 de junho, de forma faseada.

O governo gastou mais de 60 milhões de patacas (6,87 milhões de euros) até meados de maio com hotéis utilizados para o isolamento obrigatório de 14 dias, sendo que no final de março mais de duas mil pessoas chegaram a cumprir quarentena em 12 hotéis, restando agora apenas um com quase 300 quartos.

Macau foi dos primeiros territórios a identificar casos de infeção com a Covid-19, antes do final de janeiro. O território registou então uma primeira vaga de dez casos. Seguiu-se outra de 35 casos a partir de março, todos importados, uma situação associada ao regresso de residentes, muitos estudantes no ensino superior em países estrangeiros.

Macau está sem registar novos casos desde 9 de abril e atualmente não tem qualquer caso ativo, depois de o último paciente ter recebido alta hospitalar, a 19 de abril. Neste momento, 174 a pessoas estão em quarentena obrigatória de 14 dias num hotel designado, segundo dados divulgados hoje na conferência de acompanhamento da Covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 370 mil mortos e infetou mais de 6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.