O BE propôs esta terça-feira a prorrogação, por 90 dias, dos contratos a prazo dos trabalhadores de instituições de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o objetivo de proteger o emprego e combater a crise provocada pela pandemia.

Através de um projeto de lei que deu esta terça-feira entrada no parlamento, o BE pretende “prolongar todos os prazos de caducidade de contratos de trabalho dos trabalhadores de instituições de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior”.

O objetivo é garantir que os laboratórios e as instituições de Ensino Superior “continuam a ter contratados estes profissionais que são imprescindíveis ao seu funcionamento”, ao mesmo tempo que são protegidos estes empregos.

À agência Lusa, o deputado do BE Luís Monteiro explicou que depois de a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ter prorrogado cerca de cinco mil bolsas de investigação científica que financia diretamente, não há qualquer motivo para que estes contratados a prazo fiquem sem qualquer apoio durante esta crise.

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Assim, os bloquistas propõem que sejam “prolongados todos os prazos de caducidade de contratos de trabalho dos trabalhadores de instituições de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, bem como os prazos referentes aos requisitos de habilitação de carreira”, sendo adicionados 90 dias às datas de fim destes contratos.

“A comunidade académica, nomeadamente a massa crítica de docentes e investigadores que é parte da sua composição, tem sido prejudicada com o aumento gritante da precariedade laboral. Mais de dois terços da investigação é assegurada por precários, nomeadamente bolseiros e contratados precários”, refere o BE, na exposição de motivos.

Na perspetiva dos bloquistas, a crise pandémica de Covid-19 agravou esta situação, criticando que no Ensino Superior, a docência dependa de um número de docentes convidados e outros temporários “que vai muito além do desejável, ultrapassando o caráter de exceção destas figuras contratuais”.

“Docentes e investigadores viram-se privados de condições de trabalho devido ao encerramento das Instituições de Ensino Superior, algumas das quais iniciaram o confinamento antes da declaração do estado de emergência. Apesar de todo o esforço para manter atividade à distância, um esforço redobrado e experimental, muitas das tarefas da investigação e da docência não se podem desenvolver por essa via”, justifica.

Para o BE, “a reabertura das instituições de Ensino Superior e dos laboratórios não repõe a situação anterior”, lembrando que o desconfinamento “é apenas parcial” e que “a interrupção de trabalhos laboratoriais obriga a reiniciar processos, sendo o tempo a recuperar superior ao tempo da paragem para confinamento”.