Cinco pessoas dedicaram-se, durante mais de meio ano, a furtar clientes bancários que tinham acabado de levantar “avultadas quantias”, num esquema que passava por vigiar os movimentos das vítimas e desviar as suas atenções.

Segundo uma acusação do Ministério Público (MP) do Porto, esta segunda-feira conhecida, o plano (a que os arguidos introduziam variantes “sempre que a dinâmica dos factos o exigia”) passava pela colocação de um espigão metálico junto ao pneu traseiro do veículo da vítima, para provocar um furo.

Seguindo no encalço dessa mesma vítima, eram os próprios arguidos que sinalizavam a situação, parando para oferecer auxílio e cedendo mesmo kit antifuro.

“Com a vítima na traseira do veículo, distraída com o furo e com o seu conserto, outro dos arguidos surgia junto da parte dianteira e aproveitando a porta aberta ou fechada, mas não trancada, retirava do interior o dinheiro acabado de levantar pela vítima”, conta o MP.

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Toda esta atuação era precedida de vigilância ao alvo no interior da própria agência bancária, onde um dos arguidos se fazia passar por cliente.

Já no exterior, a vítima sinalizada era seguida discretamente até ao veículo automóvel de forma a que o grupo percebesse onde é que o dinheiro era colocado —”geralmente no porta-luvas ou no banco dianteiro direito da viatura”, refere o despacho.

Os arguidos, de nacionalidade colombiana e com residência em parte incerta de Espanha, permaneciam em Portugal apenas de segunda a sexta-feira e “só para a prática dos factos” por que estão acusados, de acordo com o MP.

Apropriaram-se de um total de 66.761,81 euros e estão acusados pela prática de um total de 33 crimes: 22 de furto qualificado consumado, nove de furto qualificado tentado e dois de falsificação.

O MP pede que se aplique aos arguidos a pena acessória de expulsão de território nacional, bem como o pagamento ao Estado do que ganharam com os furtos, “sem prejuízo dos direitos dos ofendidos”.