O embaixador norte-americano em Berlim, Richard Grenell, um fiel do Presidente Donald Trump que provocou muitas tensões na Alemanha com as suas críticas ao governo, renunciou ao cargo, informou esta terça-feira o porta-voz da embaixada.

“O embaixador Grenell renunciou ao cargo em 1 de junho”, disse o porta-voz da embaixada, Joseph Giordono-Scholz, acrescentando que o diplomata será substituído pelo número dois, Robin Quiville, até à nomeação de um substituto.

Richard Grenell continua a ser o enviado especial do Presidente Donald Trump nas conversações Sérvia-Kosovo, referiu.

O ex-representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas tem 53 anos e ocupava o cargo de embaixador na Alemanha desde abril de 2018.

Em fevereiro, o Presidente dos Estados Unidos confiou-lhe a direção interina da agência de informações norte-americana, mas Grenell expulsou vários funcionários por considerar a lealdade destes a Trump questionável.

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Grenell também decidiu fazer reorganizações sem informar previamente o Congresso, como deveria, o que levou a que não fosse confirmado naquele cargo.

Assim que chegou à Alemanha, o embaixador destacou-se pelas suas posições, divulgadas sobretudo através da rede social Twitter, que usa tão frequentemente como o Presidente Trump.

Além de ameaçar o governo e empresas alemãs com sanções em várias áreas, criticou aquilo que considerou ser a inadequação dos gastos militares alemães, a participação alemã na construção do gasoduto russo Nord Stream2 e a integração de equipamento chinês Huawei no desenvolvimento do futuro 5G.

Alguns deputados alemães do partido de esquerda Die Linke chegaram a exigir um debate parlamentar sobre a possível demissão deste embaixador, acusado de interferir nos assuntos internos alemães.