Começou o jogo de casaco, a cumprimentar o homólogo João Pedro Sousa de acordo com estas novas “regras” de etiqueta no futebol, mas não demorou a estar na área técnica como se fosse um jogo como qualquer outro. Sem máscara (só os treinadores principais estão dispensados de uso), Sérgio Conceição foi igual ao que sempre foi ao longo de um encontro: ativo, interventivo, a expressar todas as emoções. Começaram por ser de satisfação por ver a equipa cumprir o plano, passaram para o desagrado ao ver a estratégia ruir. E foi essa mudança verificada sobretudo a seguir ao primeiro golo do Famalicão que o técnico apontou como ponto negativo da partida.
“Em termos de estatísticas fomos superiores em tudo, agora o jogo não se ganha com estatísticas, ganha-se com uma equipa que tem de ser competitiva, com uma mentalidade de campeã. A partir do momento em que falhámos algumas oportunidades claras na primeira parte, o adversário sem criar perigos, a controlarmos o jogo, não podemos perder tudo isso com um golo. Não podemos baixar a cabeça, não podemos jogar mais com o coração do que foi estrategicamente preparado. Penso que foi mais por aí porque fizemos o golo do empate, quisemos ir à procura do golo da vitória e no momento seguinte sofremos mais um golo”, começou por dizer o treinador dos azuis e brancos na zona de flash interview da SportTV, já depois de ter falado João Pedro Sousa.
Esperava mais, assumo completamente o que aconteceu em campo mas se queremos ser campeões temos de dar mais do que fizemos hoje, sobretudo na concentração competitiva porque basta um erro para deitar tudo a perder”, salientou ainda na primeira intervenção sobre o jogo.
Resumo estatístico do jogo:
➡O FC Famalicão marcou nos 2 únicos remates enquadrados à baliza – Marchesin não fez qualquer defesa
➡FC Porto fez um total de 16 remates, metade enquadrados com a baliza
➡FC Porto teve 62% de posse de bola
➡Danilo foi o + rematador do jogo (5) pic.twitter.com/M2IfDN70bw— playmakerstats (@playmaker_PT) June 3, 2020
“A estratégia estava feita, sabemos que a equipa do Famalicão é compacta, é complicado entrar por dentro, tinha de ser na largura e na profundidade como tínhamos trabalhado. A partir do momento em que se sente o outro treinador quer defender o resultado, meto mais um avançado, coloco o Marega na direita e o ataque ficava com mais peso. Quando empatámos, com três avançados, podíamos fazer um jogo diferente para ir à procura da vitória. Foi isso que fizemos, há um penálti num lance do Aboubakar que já vi as imagens. Temos de ser mais fortes dentro do campo, temos de ser mais fortes fora de campo porque isto vai ser uma luta contra tudo e contra todos. Sabíamos disso e temos de ser fortes mentalmente para isso”, apontou depois Sérgio Conceição, queixando-se de uma mão de Nehuen Pérez na área nos descontos, antes de dirigir o discurso para dentro.
[Clique nas imagens para ver os lances mais polémicos do Famalicão-FC Porto]
“Perder tem o impacto que tem, não estamos habituados. Não ficamos bem quando perdemos. Temos que começar a trabalhar já amanhã para ganhar os nove jogos que faltam. É essa a mentalidade que tem de haver na equipa, queremos homens de carácter, homens com personalidade, que assumem nos momentos menos bons essa responsabilidade. Estou aqui para assumir também”, concluiu o treinador que, na habitual roda entre plantel no final da partida, deixou que fosse Marchesín a falar aos companheiros.
FC Porto sofreu a 3.ª derrota na Liga????????, igualando o registo de todo o campeonato na época passada pic.twitter.com/tsSjUcCGTl
— playmakerstats (@playmaker_PT) June 3, 2020
“Criámos muitas ocasiões e o Famalicão não saiu do seu meio-campo no primeiro tempo. A segunda parte arrancou com uma falha nossa, infelizmente do Marchesín, mas foi da equipa toda. Conseguimos empatar mas a equipa ficou muito ansiosa em chegar ao 2-1 e acabámos por sofrer o segundo golo. O jogo resumido foi isto, o Famalicão teve duas ocasiões e fez dois golos, nós tivemos 16. O futebol tem destas coisas. Não é o resultado que queríamos para continuar a segurar a liderança, mas há que ter calma, os pés no chão e continuar a trabalhar com humildade para que no futuro possamos fazer os golos que falhámos”, resumiu Pepe na zona de entrevistas rápidas.