A dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) Fátima Monteiro defendeu esta quinta-feira, no Porto, a necessidade de o Governo reconhecer “o risco e penosidade” da profissão e de acabar com a “discriminação” que a atual carreira impõe.

“São vários os problemas sentidos e que continuam por resolver. O surto epidémico só veio dar mais visibilidade a alguns deles, nomeadamente ao risco e à penosidade inerente ao exercício da profissão e à discriminação inaceitável por continuarem a coexistir vínculos diferentes entre enfermeiros”, sublinhou Fátima Monteiro.

Em conferência de imprensa, realizada em frente ao Hospital de Santo António, no Porto, em cujo gradeamento foram colocadas imagens de enfermeiros com as suas principais reivindicações, Fátima Monteiro referiu que a pandemia “veio agora evidenciar o que o sindicato anda a dizer há anos, não só em relação ao risco inerente à profissão, mas veio também mostrar o que é a discriminação entre enfermeiros”.

Nós iremos fazer uma campanha a nível nacional e em cada ação iremos dar visibilidade aos problemas dos enfermeiros, que têm de ser reconhecidos”, afirmou.

Em seu entender, “não basta o reconhecimento em palavras , não basta dizer que os enfermeiros são fundamentais ou foram fundamentais na pandemia. São fundamentais em todo o processo de doença, seja ele na pandemia Covid-19, seja na prestação diária e o risco está em todos os serviços, no dia a dia da profissão”.

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A população reconheceu, a população agradeceu, o Governo agradeceu e o Presidente da República diz que quer reconhecer os enfermeiros, mas os enfermeiros querem que este reconhecimento vá além das palavras”, disse.

A iniciativa, esta quinta-feira realizada, no Porto, é, segundo Fátima Monteiro, “mais uma forma de chamar atenção, exigir de uma vez por todas que os governantes valorizem a profissão e os reconhecem em momentos como este”.

A dirigente do SEP/Porto lembrou, em declarações à Lusa, que “são cerca de 16 mil enfermeiros que não tiveram qualquer alteração remuneratória, mesmo com o descongelamento e com a revisão da carreira”. “A pandemia não parou os enfermeiros na prestação direta de cuidados aos doentes que recorreram e recorrem ao serviço Nacional de Saúde. As suas justas reivindicações também não pararam ou vão parar”, frisou.