A ex-atriz norte-americana Meghan Markle, duquesa de Sussex depois do casamento com o príncipe Harry do Reino Unido, condenou esta semana o racismo nos Estados Unidos através de uma mensagem em vídeo a propósito de uma cerimónia de fim de curso da escola secundária que frequentou na sua juventude.

Filha de uma afro-americana, Meghan Markle é habitualmente reputada como a primeira descendente de africanos a fazer parte da família real britânica. Num breve discurso por videoconferência, Markle lembrou as manifestações que ela própria testemunhou no ano de 1992 em Los Angeles, também provocadas pela discriminação racial nos EUA.

“Lembro-me do recolher obrigatório e lembro-me de correr para casa e ver cinza a cair do céu, cheirar o fumo, ver o fumo a sair dos edifícios”, diz a duquesa no vídeo. “Lembro-me de ver homens numa carrinha com armas.”

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“Essas memórias não desaparecem. Não consigo imaginar que pessoas de 17 ou 18 anos, que é a idade que vocês têm agora, que tenham de ter uma versão diferente do mesmo tipo de experiência. Era o tipo de coisa que deviam conhecer enquanto lição de história e não enquanto realidade. Por isso, peço desculpa por, de certa forma, não termos conseguido trazer o mundo para o lugar onde vocês mereciam que ele estivesse”, diz Meghan Markle.

A duquesa elogiou também a união entre pessoas de diferentes raças e as manifestações de solidariedade em todo o mundo, e encorajou os estudantes que agora saem da escola secundária a fazer parte da reconstrução da sociedade.

“A única coisa errada a dizer é não dizer nada. A vida de George Floyd importava”, disse a duquesa, elencando os nomes de várias pessoas negras que morreram às mãos da polícia nos EUA.

Autópsia pedida pela família determina que George Floyd morreu de asfixia

A morte de George Floyd, um cidadão negro de 44 anos, no dia 25 de maio, por asfixia ao ser brutalmente imobilizado por agentes da polícia da cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, espoletou uma onda de violentos protestos por todo o país contra a discriminação racial por parte das autoridades norte-americanas.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, quer que os governos estaduais dominem rapidamente os protestos e já ameaçou enviar o Exército para as ruas. Centenas de pessoas têm sido detidas pelas autoridades nos últimos dias, à medida que os protestos continuam por todo o país.