O denunciante e hacker português Rui Pinto terá espiado 72 pessoas e entidades, entre os quais Jorge Jesus, João Medereis, José Miguel Júdice e os sistemas informáticos da Procuradoria-Geral da República, afirma esta quinta-feira o Correio da Manhã citando o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa emitido a 2 de junho.

A lista inclui Bruno de Carvalho, José Moura, Octávio Machado, Amadeu Guerra, Ricardo Negrão, José Ricardo Gonçalves, José Maria Sanchez, João Magalhães Ramos, Sara Estima Martins, João Carminho, João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês de Almeida Costa.

De acordo com o documento, o inquérito terá revelado provas que Rui Pinto “logrou obter o acesso não autorizado às caixas de correio eletrónico” através de “vários meios técnicos”. No entanto, diz o Correio da Manhã, no que toca ao crime de violação de correspondência, o denunciante só poderá ser julgado nos casos de quem expressou “desejo de procedimento criminal”.

O acórdão indica que Rui Pinto vai ser julgado por 90 crimes — não 147 como requerido pelo Ministério Público — entre os quais um crime de extorsão na forma tentada, seis crimes de acesso ilegítimo, um crime de sabotagem informática, 14 crimes de violação de correspondência e 68 crimes de acesso indevido.

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Recurso do MP foi recusado. Rui Pinto será julgado por 90 crimes e não 147

O acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa nota também as críticas endereçadas pela defesa de Rui Pinto no que diz respeito à manutenção da prisão preventiva. Os advogados do denunciante terão argumentado que o único crime que permitiria essa medida era a “extorsão na forma tentada”, ou seja, “um crime que teria sido alegadamente praticado há cinco anos” e que “sem que exista qualquer indício de qualquer outra tentativa de prática desse crime” nos últimos quatro.