O movimento de passageiros nos aeroportos caiu 15,4% no primeiro trimestre do ano para 9,5 milhões em termos homólogos, depois de uma subida de 6,3% face ao trimestre anterior.

Segundo os dados esta quinta-feira divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o impacto da pandemia Covid-19 e das medidas restritivas adotadas ao nível do espaço aéreo foi “significativo” no mês de março, com “acentuadas reduções no movimento de passageiros nos principais aeroportos nacionais”, que se situaram entre as 55,8% no aeroporto do Porto e as 49,1% no aeroporto do Funchal.

Esse impacto foi mais visível a partir do início da segunda quinzena do mês de março, com reduções acima de 90% nos últimos dias. No primeiro trimestre, aterraram nos aeroportos nacionais 40,3 mil aeronaves em voos comerciais o que representa um decréscimo de 12,7% em termos homólogos.

O aeroporto de Lisboa foi responsável por mais de metade do movimento total de passageiros (57,2%, o que corresponde a 5,4 milhões de passageiros), tendo registado o menor decréscimo (13,5% em termos homólogos e 8,4% em cadeia).

No aeroporto do Porto, registou-se o segundo maior volume de passageiros movimentados do país (23,2% ou 2,2 milhões de passageiros) e um decréscimo de 5,6% (depois de uma subida trimestral de 7,4%).

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No aeroporto de Faro registou-se um movimento de 762,3 mil passageiros (8,1% do total), que correspondeu a uma redução de 24,8% (+0,1% no trimestre anterior).

Nos aeroportos de Ponta Delgada e do Funchal registaram-se decréscimos de 15,7% e 16,1%, respetivamente (+3,8% e -0,6% no quarto trimestre de 2019, pela mesma ordem).

O transporte por metropolitano, por sua vez, diminuiu 5,6% face ao mesmo período do ano passado (depois de uma subida de 13,8% no quarto trimestre 2019) com 58,8 milhões de passageiros transportados, em resultado da forte redução no número de passageiros no mês de março (de 45%), reflexo da quase paralisação do transporte de passageiros em transportes públicos desde meados do mês de março devido à pandemia.

O transporte fluvial de passageiros decresceu, por sua vez, 12,1%, após uma subida de 6,2% no último trimestre de 2019, atingindo 4,3 milhões de passageiros transportados. O transporte aéreo de mercadorias foi o único que manteve a tendência de crescimento, apesar da desaceleração, registando uma subida de 4,2%, depois de avançar 16,2% no último trimestre de 2019.

Os transportes marítimo, ferroviário e rodoviário de mercadorias, registaram também decréscimos de 2,7% nos portos marítimos nacionais (-2,9% no trimestre anterior), de 7,3% por ferrovia (-12,3% no trimestre anterior) e de 2,8% por rodovia (+0,6% no quarto trimestre de 2019).

Portugal contabiliza pelo menos 1.447 mortos associados à Covid-19 em 33.261 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado na quarta-feira.

Portugal entrou no dia 3 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, que na sexta-feira foi prolongada até 14 de junho, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março. Esta fase de combate à Covid-19 prevê o confinamento obrigatório apenas para pessoas doentes e em vigilância ativa e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Novas medidas entraram em vigor na segunda-feira, 01 de junho, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, onde continuarão encerrados até quinta-feira, pelo menos), dos ginásios ou das salas de espetáculos.

Estas medidas juntam-se às que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

No sábado, regressaram as cerimónias religiosas comunitárias enquanto a abertura da época balnear acontecerá no próximo sábado, 6 de junho.