O presidente do CDS defendeu esta sexta-feira, em Felgueiras, a necessidade de, face à “crise pandémica”, haver “patriotismo económico” e “uma aposta radical nos setores produtivos”, para salvar empresas e postos de trabalho.

“O CDS está hoje nesta empresa que representa a indústria do calçado para afirmar, categoricamente, que este é o tempo de haver patriotismo económico, que significa uma aposta radical nos setores produtivos”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.

O líder democrata-cristão falava aos jornalistas, no final da visita que realizou a uma empresa do setor do calçado, sediada em Felgueiras, no distrito do Porto, ao longo da qual falou com os gestores da unidade industrial e observou a atividade dos trabalhadores.

O presidente do CDS recordou que a indústria do calçado, “com um forte pendor exportador”, tem sido um setor “particularmente afetado por esta crise pandémica, em que metade das empresas tiveram de estar encerradas”.

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Houve 79% de quebras nas encomendas”, acentuou, acrescentando que aquele setor dá emprego a 40 mil famílias em Portugal, tendo Felgueiras como o seu maior polo produtor e exportador.

Francisco Rodrigues dos Santos disse defender “uma linha de injeção de liquidez nessas empresas e o choque de tesouraria, ao contrário da lógica seguida pelo Governo, que se reflete”, anotou, “em mais endividamento e no diferimento das obrigações fiscais”.

O Governo continua a correr atrás do prejuízo e apresenta soluções que são consideradas ‘poucochinhas’ e não investe na lógica do apoio à nossa economia, nomeadamente às pequenas, micro e médias empresas, que representam 96% do nosso tecido empresarial”, criticou.

O CDS, prosseguiu o dirigente, “exige do Governo medidas que olhem para a tesouraria e os problemas destas empresas e que possam ajudá-las diretamente”. “É fundamental que o Governo observe a situação de rendimentos em que estas empresas se encontram, observe a sua saúde em termos de liquidez. Esse é que deve ser o aferidor para o layoff ou para a modificação nos critérios do pagamento por conta”.

O líder centrista defendeu, depois, que o layoff simplificado deve ser alargado até ao final do ano, para estas empresas poderem pagar salários e recuperarem desta quebra de rendimentos e encomendas”, além da “eliminação dos pagamentos por conta”. “Não faz sentido estarmos a estabelecer paralelismos com rendimentos em 2019 que não têm qualquer espécie de adesão à realidade destas nossas empresas”, reforçou.

Ainda na lista das propostas centristas, o presidente do CDS sublinhou “o mecanismo do acerto de contas entre o Estado e os contribuintes”.

O Estado é implacável a cobrar dinheiro aos portugueses e agora verifica-se que está a atentar resolver os seus problemas de gestão de tesouraria com o dinheiro que não é seu, que é dos contribuintes. O CDS defende que seja criado um mecanismo de acerto de contas que permite, por exemplo, que no reembolso do IVA no âmbito da indústria exportadora, como é o calçado, as dívidas do Estado possam ser descontadas em impostos e contribuições pagas por estas empresas”.