A Federação Nacional de Educação apelou esta sexta-feira ao Governo para que as medidas previstas para a Educação no Programa de Estabilização Social e Económica não se restrinjam ao aumento do investimento e consagrem a melhoria das condições de trabalho.

Em comunicado, a FNE considera “indispensável” que as medidas adotadas na sequência da pandemia de Covid-19 se direcionem para um maior investimento, mas apela a que “se apliquem também sobre as condições de que as escolas devem estar dotadas para a redução das enormes desigualdades que ainda marcam a nossa sociedade”, enumerando “a melhoria das condições de trabalho, de proteção e de segurança de todos os profissionais, bem como a sua valorização”, como fatores que devem ser tidos em conta.

O governo divulgou na quinta-feira as linhas gerais do Programa de Estabilização Social e Económica, no quadro da apresentação do orçamento suplementar, dando enfoque à universalização da escola digital, na qual se inclui a universalização do acesso e utilização de recursos didáticos e educativos digitais por todos os alunos e docentes.

De acordo com o documento divulgado, numa primeira fase prevê-se a aquisição de computadores, conectividade e licenças de ‘software’ para as escolas públicas, dando prioridade aos alunos abrangidos por apoios no âmbito da ação social escolar, o desenvolvimento de um programa de capacitação digital dos docentes e um incremento da desmaterialização de manuais escolares e a produção de novos recursos digitais.

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A FNE saúda as intenções, mas adverte que “não será certamente suficiente entregar equipamento informático às escolas, uma vez que rapidamente se tornará obsoleto ou inútil se não lhe estiverem associados os técnicos que permitam a sua manutenção e atualização, bem como a gestão da rede e a sua proteção e segurança”.

A federação pede por isso que estas medidas sejam complementadas com outras intervenções de nível organizacional e curricular, avança que “espera ser chamada para dar o seu contributo no sentido da concretização destes objetivos” e que “a Educação deve ser encarada como uma prioridade para a qualidade do desenvolvimento e para o reforço da coesão e da equidade”.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde divulgados na quinta-feira, Portugal registou desde o início da pandemia 1.455 mortos associados à Covid-19 em 33.592 casos confirmados de infeção. Relativamente ao dia anterior, há mais oito mortos (+0,6%) e mais 331 casos de infeção (+1%).

O número de pessoas hospitalizadas subiu de 428 para 445, das quais 58 se encontram em unidades de cuidados intensivos (mais duas). O número de doentes recuperados é de 20.323.