O Centro Europeu de Crimes Financeiros e Económicos (EFECC), esta sexta-feira criado na Europol, pretende aumentar o apoio operacional nas investigações dirigidas pelas polícias dos estados-membros e órgãos da União Europeia e contará com 65 especialistas e analistas.

Em comunicado, a polícia europeia justifica a criação do centro com o facto de os crimes económicos e financeiros serem “uma ameaça altamente complexa e significativa que afeta todos os anos milhões de cidadãos da União europeia e milhares de empresas” e cujas investigações são cada vez mais complexas.

O branqueamento de capitais e a corrupção são os motores do crime organizado e sem eles os criminosos não seriam capazes de utilizar os lucros ilícitos que geram com as várias atividades criminosas.

De acordo com relatórios da Europol, 98,9% dos lucros ilícitos estimados não são confiscados e permanecem à disposição dos criminosos.

Além disso, adianta a Europol, a pandemia de Covid-19 na Europa mostrou que “os criminosos são rápidos a adaptar os seus esquemas às mudanças para explorar medos e vulnerabilidades”, prevendo-se que os esquemas fraudulentos aumentem nos próximos tempos.

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Para interromper os circuitos e dissuadir os criminosos envolvidos em crimes graves e organizados, “as autoridades policiais precisam seguir o caminho do dinheiro como parte regular de suas investigações criminais com o objetivo de obter lucros criminais”, refere a nota.

Para Catherine De Bolle, diretora executiva da Europol, “as consequências da pandemia de Covid-19 enfraqueceram a economia europeia e criaram novas vulnerabilidades das quais o crime pode emergir”.

Os crimes económico-financeiros, como vários tipos de fraude, branqueamento de capitais, crime de propriedade intelectual e falsificação de moeda, é particularmente ameaçador em tempos de crise económica”, acrescentou.

O EFECC vai reforçar a capacidade da Europol de apoiar as autoridades policiais dos Estados-membros da UE e dos países parceiros no combate a quem quer lucrar com as dificuldades económicas, servindo de plataforma e caixa de ferramentas para os investigadores financeiros das polícias de toda a Europa.