Pelo menos 38 guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Sofala entregaram, entre quinta-feira e esta sexta-feira, as armas no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado daquele partido de oposição.

“Trata-se do relançamento de um processo que começou com a assinatura do acordo [de paz] em agosto do ano passado”, disse à Lusa o porta-voz da Renamo, José Manteigas.

A desmobilização deste grupo está a ser feita por fases, devido às medidas de prevenção contra a pandemia da Covid-19.

A primeira fase decorreu na quinta-feira e foram abrangidos 20 guerrilheiros, que entregaram as armas e foram reintegrados na vida civil.

Na segunda fase, que decorre esta sexta-feira na presença do chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e do presidente da Renamo, Ossufo Momade, espera-se que mais 18 guerrilheiros sejam abrangidos.

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Estes combatentes estão a ser desmobilizados, mas isso tem de ser de forma digna e humanizada. Temos garantias da parte do governo e da comunidade internacional que estes indivíduos serão apoiados para que levem a sua vida normalmente”, acrescentou.

Na quinta-feira, o ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Jaime Neto, empossou Aníbal Rafael Chefe, um oficial da guerrilha da Renamo, no cargo de diretor do Departamento de Comunicações no Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

A 3 de dezembro do ano passado, 10 oficiais da Renamo passaram a incorporar as fileiras do Comando-Geral da Polícia moçambicana, no âmbito do processo de pacificação.

Filipe Nyusi e Ossufo Momade assinaram do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional em 6 de agosto de 2019.

Em entrevista à Lusa, em março, Ossufo Momade disse que o desarmamento vai abranger 5.000 guerrilheiros da Renamo e que o processo iria arrancar em breve, mas a pandemia de Covid-19 levou à instauração de um estado de emergência em Moçambique.

Atividades públicas e aglomerações estão suspensas enquanto durarem as restrições.